Maratonas BTT: o novo desafio da carreira e Guilherme Mota e já está a vencer

Foi campeão nacional de ciclismo de estrada, de cross country olímpico e até de ciclocrosse. Representou o País em importantes competições internacionais e chegou a envergar a camisola do FC Porto, mas o apelo dos trilhos foi mais forte e regressou ao BTT.

Este fim de semana, Guilherme Mota mostrou uma vez mais que pode escolher o que quiser que vencer é uma (grande) possibilidade. A polivalência permitiu-lhe conquistar a prova da Taça de Portugal, mas de maratonas. A competição, que se disputou em Estremoz, deu-lhe o primeiro triunfo nesta variante. É esse o caminho que vai seguir.

A paixão pelas duas rodas começou em 2013, era então titular indiscutível nos escalões jovens de futebol da União da Serra. Só que ficava roído de inveja sempre que via o pai sair com os amigos para uma volta de bicicleta pelos trilhos da região.

Ainda tentou conciliar as duas atividades, mas rapidamente percebeu que não queria as pernas para correr em direção à baliza adversária. Decidiu largar de vez o futebol e começar no BTT do Leiria e Marrazes. Nesse mesmo ano conseguiu a primeira vitória.

As vitórias a nível nacional começaram rapidamente a aparecer . Venceu a Taça de Portugal de cadetes e o destino estava traçado. O rapaz da Caranguejeira pensava seguir os passos do olímpico, quase vizinho e “mentor” David Rosa e tornar-se num atleta de exceção no cross country. O problema é que experimentou a estrada e os resultados não foram piores: sagrou-se campeão nacional júnior.

Chegou ao ciclismo profissional. Representou a Caja Rural e o FC Porto, mas percebeu que se sentia mais feliz nos trilhos, a correr por si, muito mais do que a ser um gregário de luxo no pelotão de estrada.

Este ano, experimentou as maratonas, muito mais longas do que o cross country onde tinha dado cartas. “Foi um passo normal, pois estava habituado às provas longas devido à minha carreira na estrada”, explica Guilherme Mota, que agora compete com “atletas que via na televisão e eram verdadeiras inspirações”.

A adaptação a estas provas tem sido gradual, mas este fim de semana pôde finalmente sorrir, depois de ter “batido na barra duas vezes”. Em Estremoz, numa prova com mais de uma centena de quilómetros, não deu hipótese à concorrência e pela primeira vez, saiu vencedor após ser medalha de prata nas duas primeiras etapas da competição. Ao fim de três provas, lidera então a classificação da Taça de Portugal.

É isto que o ciclista da Caranguejeira, estudante de Ciências Biomédicas em Braga, de 22 anos, quer fazer. E já olha para o futuro. Quer vencer na Taça de Portugal, mas também aposta numa carreira internacional, até porque as maratonas “estão a ter um crescimento exponencial” e até passaram a ter um Taça do Mundo.

E quem arrisca dizer que não é capaz?

Foto: Federação Portuguesa de Ciclismo

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