Foi inaugurada esta quarta-feira a sinalética de identificação e orientação do Pavilhão do Lis, numa iniciativa do Município de Leiria que pretende dotar das melhores práticas de acessibilidade aquela infraestrutura localizada nas Cortes.
Com o novo estudo iconográfico e a colocação das placas de sinalética direcionais e de identificação, o primeiro pavilhão desportivo em Portugal construído de raiz com características inclusivas fica ainda mais adaptado a acolher todas as pessoas com mobilidade reduzida.
“O Pavilhão do Lis tende a servir todos os públicos e estamos a adicionar cada vez mais tecnologia para que possa ser utilizado de forma perfeitamente autónoma por todas as pessoas, independentemente da deficiência”, explicou Carlos Palheira, vereador do Desporto do Município de Leiria.
Juntamente com José Cunha, presidente da União das Freguesias de Leiria, Pousos, Barreira e Cortes, e Manuel Sousa, vice-presidente da delegação de Leiria da Associação Portuguesa de Deficientes, enfatizou o “processo contínuo” de melhoramentos que exige a infraestrutura inaugurada em 2022, ano em que Leiria recebeu o galardão de Melhor Cidade Europeia do Desporto.
“Queríamos dar mais este salto, cientes de que outros saltos nos faltam dar. Neste caso, o foco foi colocado na mobilidade e na autonomia de quem tem deficiência visual”, prosseguiu Carlos Palheira, “orgulhoso” por contribuir para uma comunicação mais eficiente, responsável e inclusiva com todos os utentes do pavilhão, sejam atletas ou espectadores.
Já Paulo Gomes, responsável pela Blue Line, empresa que materializou a sinalética, considerou ser este “um desafio muito grande”, pois exigia “responder de forma agregadora a um grande conjunto de necessidades, de níveis distintos”.
A informação está colocada em Braille, em português e em inglês, sendo acompanhada por uma iconografia que foi desenhada para permitir a orientação de atletas de qualquer ponto do mundo, não tivesse o Pavilhão do Lis recebido já grandes eventos internacionais, como o Campeonato do Mundo de Andebol em Cadeira de Rodas.
O objetivo, explicou Paulo Gomes, é a “compreensão imediata”. “Sentimos que nas zonas de visitantes e de atletas, a facilidade de circulação e de perceção dos vários espaços está garantida. Era esse o ponto absoluto, saber qual o melhor circuito para chegarmos onde queremos ir.”
Na cerimónia, José Pavoeiro, vogal do Comité Paralímpico de Portugal, mostrou-se “honrado” ao verificar que a Câmara Municipal de Leiria tem interesse em aplicar o lema “o desporto é para todos” às cinco áreas da deficiência, ao qual acrescenta agora o “ninguém fica para trás”.