O dia estava incrível, bastante soalheiro e apenas com uma suave brisa a soprar. Nem sequer parecia que estávamos a despedir-nos de setembro, já bem entrados no outono.
Quem percorria o calçadão da Praia do Pedrógão deparava-se com algo pouco habitual naquele lugar. Era impossível não deixar de reparar num vasto grupo de pessoas, todos eles vestidos com fato térmico e a preparar-se para entrar na água fria do Oceano Atlântico com a prancha debaixo do braço.
Quem era? Alguns dos mais de 80 inscritos no Open Day de Surf e Bodyboard, evento organizado pelo Clube Náutico de Leiria e que decorreu no último sábado, um evento “nunca visto” por aquelas paragens.
O desafio era grande. Conseguir alcançar o equilíbrio em cima da tábua não é para todos, mas a a percentagem de bem sucedidos foi surpreendente, sublinha Bruno Baptista, o responsável pela sessão.
A verdade é que as condições para este contexto eram excelentes. Como são, de resto, em “80% dos dias”. “Para iniciação, a Praia do Pedrógão é ótima. Apenas é necessária aquela espuma, a água pela cintura, e mesmos os mais inexperientes conseguem fazer uns take offs e cortar para a direita ou para a esquerda”, explica o treinador.
Menos comuns são os condições indicadas para os mais experientes e que querem “apanhar ondas verdes”, admite o treinador. “Mas também há dias bons. Tão bons como nas praias à volta e que têm escolas de surf.”
Claro que a única estância balnear do concelho de Leiria não é comparável com Peniche, “onde é possível surfar 350 dias por ano”. “Ao contrário do Pedrógão. no Oeste há praias viradas em direções diferentes, como Supertubos ou Baleal, o que significa que não importa a direção do vento, há sempre um bom lugar para surfar.”
Mas voltemos ao Open Day, uma iniciativa que “superou as expectativas”. Esta foi a primeira diligência do Clube Náutico de Leiria com este cariz. A associação pretende dar-lhe sequência com outras atividades e avançar mesmo com uma escola de surf. A Praia do Pedrógão, naturalmente, agradece.