No Centro de Convívio e Recreio do Telheiro (CCRT), valores como a igualdade e a inclusão não são apenas retórica. O passado sábado provou-o à saciedade, pois vários atletas e pais do clube assistiram à final da Supertaça de futsal organizada pela ANDDI – Associação Nacional de Desporto para Desenvolvimento Intelectual, que decorreu no Pavilhão Desportivo Municipal dos Pousos.
Os miúdos, “sobretudo das equipas de benjamins e infantis de futsal, mas também algumas meninas da patinagem”, foram mesmo os principais animadores do jogo entre o Santa Clara, de Ponta Delgada, e o Clube Gaia. “Ficámos satisfeitos por ter dado vida àquelas bancadas”, conta Roberto Santos, treinador da equipa de benjamins, que logo que soube do evento decidiu envolver os jovens desportistas.
Não foi, contudo, a primeira vez que o CCRT decidiu apoiar o desporto adaptado. A presença neste desafio disputado entre duas equipas compostas por indivíduos com deficiência intelectual deu sequência à presença nas bancadas de um jogo da seleção nacional de andebol em cadeira de rodas, do Campeonato do Mundo disputado no ano passado, em Leiria.
Os mais novos vibraram com o jogo como se estivessem a ver os golos do herói Zicky Té ou de Andriy Dzyalo, que começou a sua carreira com aquele símbolo ao peito. Naturalmente, os jogadores, muitos deles pentacampeões mundiais de futsal adaptado por Portugal, ficaram felizes com a presença de tanta gente que se deslocou propositadamente para os ver.
“Quando invadimos o campo, para uma celebração conjunta, criou-se um ambiente com muita emoção. Partilharam connosco o momento de levantar a taça e deram-nos uma camisola da seleção nacional. Já nós oferecemos cachecóis do nosso clube”, recorda Roberto Santos.
Mas mais incrível ainda, conta o responsável, é o facto de os jogadores vencedores, do clube insular, presentearam os miúdos com as medalhas que arduamente tinham acabado de conquistar, “como sinal de gratidão”, para êxtase dos jovens adeptos. Finalmente, abraçaram-se todos numa roda e fizeram o grito do Telheiro.
Os mais novos estavam naturalmente felizes por partilhar aquele momento. Já Roberto Santos sentiu a missão cumprida. “O nosso objetivo é sensibilizar atletas e pais da importância de trabalharmos todos os dias pela igualdade e pela inclusão. Esta é uma iniciativa que deve ser replicada sempre que possível, porque é muito importante participar neste tipo de eventos. Os objetivos foram todos conseguidos: sensibilização, divulgação, partilha e lição de cidadania. Afinal, ganhámos todos!”