Pisam, felizes, a relva sintética molhada pelo orvalho. É domingo de manhã, está um frio de rachar, mas as miúdas da Academia Desportiva CCMI entram em campo de sorriso nos lábios, satisfeitas por poderem fazer aquilo que mais gostam. Quem está do outro lado? Bom, isso é apenas um pormenor.
No clube de Leiria tem havido um boom de meninas interessadas em jogar futebol e como não surgiram outros emblemas no distrito com raparigas até aos 15 anos, o clube decidiu colocá-las a competir com rapazes do mesmo escalão etário no segundo escalão distrital.
E não se têm saído nada mal, podemos garantir! É verdade que já foram goleadas e já perderam por poucos, mas também já ganharam e também já ganharam por muitas bolas de diferença. Este domingo perderam com os rapazes do Ginásio de Alcobaça.
Nem sempre é fácil, porque o handicap físico faz muita diferença. “Elas sabem que este não é o campeonato delas. São muito corajosas, porque eles são mais fortes e mais rápidos e isso faz a diferença”, explica o treinador Nuno Pereira.
Colocar a Carolina e as Marianas, a Laura e as Laras, a Bárbara e as Sofias, a Joana e as Íris, a Constança, a Safira, a Filipa, a Carlota, a Renata e a Diana em competição com os rapazes tem como objetivo primordial colocar novas dificuldades e, assim, permitir a evolução das miúdas e enriquecer o património futebolístico delas. “Estamos ali para fazer o nosso melhor”, garantem-nos.
Nuno Pereira entende ser primordial colocá-las, desde já, a jogar futebol de 11, até porque a Taça Nacional Feminina de sub-15 começa a ser jogada em março e toda esta aprendizagem vai ser importante para o sucesso na competição.
“Tem sido ótimo para elas. Jogam frente a rapazes mais fortes, mas já ganharam dois jogos. Foram muito bem recebidas por todos e os adversários não facilitam, o que agradecemos. Elas não se interessam por quem está do outro lado. Gostam muito de jogar futebol e fazem o que for preciso para que isso aconteça.”