Em 2016, Eliana Bandeira decidiu atravessar o Atlântico e arriscar. Sabia que tinha talento e só necessitava de otimizar as competências inatas e adquiridas. Escolheu Leiria e o Centro Nacional de Lançamentos, em concreto, para desenvolver esse projeto pessoal.
“A cidade abraçou-me”, conta a medalha de prata nos Jogos Mundiais Universitários de 2023. “É uma cidade maravilhosa pela qual tenho um grande apreço, com pessoas incríveis e um clube como a Juventude Vidigalense. A nível desportivo tem tido importância na questão do suporte para treinar.”
Podíamos dizer, como costuma acontecer nestes textos, que estava longe de imaginar que se tornaria numa das melhores do mundo no lançamento de peso, mas não foi o que aconteceu. Confiante, Eliana Bandeira sempre alinhou metas ambiciosas e está a cumpri-las, uma a uma.
Depois de no ano passado ter participado nos Europeus de pista coberta e nos Mundiais ao ar livre, Eliana Bandeira estreia-se na mais importante competição indoor do planeta. A lançadora de peso é uma das 17 atletas convocadas pela Federação Portuguesa de Atletismo para representar Portugal nos Campeonatos Mundiais de Pista Curta, que se realizam em Glasgow, na Escócia, de 1 a 3 de março.
“Estou muito feliz e agradecida a Deus. Trabalhei duro, renunciei a muita coisa e, portanto, sei o gosto que tem chegar a este patamar”, explica a atleta do Benfica, de 27 anos, estudante no Politécnico de Leiria.
Orientada por Volodymyr Zintchenko, a atleta naturalizada portuguesa em 2017 entra em pista na próxima sexta-feira, dia 1 de março, às 11:06 horas, para a final direta de lançamento de peso. Em Glasgow quer “dar o melhor” e conquistar um lugar nas oito que fazem os três ensaios finais. “Vou para me superar. Haverá grandes atletas com marcar acima dos 20 metros, mas as condições são iguais para todas e sei que nada é impossível. Vamos acreditar!”
O último ano foi de grande evolução quantitativa. Eliana Bandeira tem hoje um recorde pessoal de 18,49 metros, que a coloca como a terceira melhor de sempre, é verdade, mas também na rota da derradeira meta por cumprir, “o sonho olímpico. “Até lá, é continuar dando o meu melhor, dentro e fora de pista.”
Foto: FP Atletismo