Andebol de praia regressa à casa de partida para comemorar 30 anos em Portugal

Cumprem-se este ano três décadas da chegada do andebol de praia a Portugal. Acolhido entre surpresa, espanto e entusiasmo, a porta de entrada foi a Praia do Pedrógão e a tradição foi-se mantendo ao longo do tempo. A boa notícia é que as piruetas, os jogos aéreos, os grandes golos e as defesas espetaculares regressam este fim de semana para a 2.ª etapa do Circuito Regional de Leiria, pelo mão, como então, do Académico de Leiria, que este ano comemora 50 anos de vida.

Em 1994, a única estância balnear do concelho de Leiria foi engolida por um milhar de andebolistas de todo o país, inclusivamente os melhores, como Carlos Resende, Eduardo Filipe ou Paulo Morgado.

Foi Luís Pinto que trouxe a ideia de Teramo, localidade a 170 quilómetros de Roma. O Académico de Leiria tinha estado presente naquele que ainda hoje é considerado o maior torneio de andebol do mundo, com dezenas de milhares de participantes.

Lá, “tudo servia” como campo de jogo, fosse o alcatrão das estradas, os relvados e a então improvável areia. “Precisávamos de uma coisa daquelas em Portugal e nós – como sempre – quisemos ser vanguardistas. E fomos! As modalidades de praia são muito apetecíveis para os patrocinadores e queríamos encontrar uma forma de financiar as nossas atividades.”

Apesar de várias entidades não terem acreditado na ideia, a verdade é que o projecto avançou. “Vamos fazer um torneio no Pedrógão e será internacional”, disse logo o dirigente aos responsáveis federativos. O impacto foi tremendo.

“À boleia da presença de Carlos Resende, as televisões foram fazer reportagens e as pessoas ligadas à modalidade vieram de todo o país para conhecer o que raio era aquilo do andebol de praia. Surpreendeu tudo e todos. Foram pequeninas sortes que, todas juntas, fizeram daquele um grande evento”, com as “grandes festas da discoteca Locopinha” como um extra “espetacular”.

Os melhores jogadores nacionais também adoravam o ambiente do Pedrógão e as condições de excepção que lhes eram oferecidas. “A discoteca Locopinha fazia grandes festas e os mais conhecidos tinham tudo à borla. Também lhes pagávamos as dormidas, a comida e as deslocações. Eles adoravam o torneio”, recorda o dirigente associativo.

 

“Foi mesmo à grande”, de tal forma que o troféu do primeiro classificado, de porcelana, vindo expressamente de Itália “propositadamente para ser completamente diferente”, custou mais de 1.700 euros.

Ficou uma marca. A modalidade implantou-se com força na região de Leiria, ainda hoje uma das principais potências da modalidades. Equipas como os Raccoons d’Areia conquistaram o título nacional e os nossos jogadores são figuras habituais nas seleções nacionais, como naquela que acaba de conquistar a medalha de bronze no Mundial e onde figuraram Tomás van-Zeller, Francisco Santos e Rúben Serrano.

Pois muito bem, aquele areal vai receber, no próximo fim de semana, a segunda etapa do circuito regional de andebol de praia da Associação de Andebol de Leiria com a presença de quase 30 equipas de vários escalões etários.

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