Muito além da medalha paralímpica: a história de resiliência de Ana Sofia Costa

Esta tarde, quando forem 19:30 horas em Portugal, o país estará com o coração em Paris, onde Ana Sofia Costa se prepara para entrar em ação nos seus segundos Jogos Paralímpicos. Após a estreia em Tóquio, a atleta leiriense volta a competir no evento dos eventos, carregando consigo todos os sonhos e a determinação que a guiaram até aqui.

A vida de Ana Sofia é uma jornada que a leva aos quatro cantos do mundo. Desde o Brasil, onde se sagrou campeã mundial em 2022, até à Croácia, onde recentemente triunfou no World Boccia Challenger, a jovem tem mostrado que as fronteiras são apenas desafios a serem superados.

Nascida com uma distrofia neuromuscular que a impediu de andar desde os 9 anos, Ana Sofia nunca se deixou abater. Pelo contrário, transformou cada obstáculo numa oportunidade de superação. Guiada pelo lema “Lutar sempre, vencer às vezes, desistir nunca”, esta jovem de 28 anos, de Maceira, Leiria, tem demonstrado ao mundo que as limitações existem apenas para serem vencidas.

Ana Sofia encontrou no boccia uma paixão que a preencheu por completo. Descobriu a modalidade aos 14 anos, no Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, em Fátima, e desde então, a sua ascensão foi constante. Sob a orientação do técnico David Henriques, a atleta tornou-se uma referência mundial na modalidade, mas alcançar os seus segundos Jogos Paralímpicos é uma conquista única.

Em Paris, será acompanhada por Maria Vieira, uma parceira incansável, que está ao seu lado em todas as horas do dia. “Não só dentro de jogo tem de haver uma cumplicidade enorme, como depois há a parte diária da higiene, da alimentação e do descanso,” explica David Henriques.

O boccia, modalidade semelhante à petanca, exige precisão, estratégia e uma mente fria. Ana Sofia é a estratega, planeando meticulosamente cada jogada, enquanto Maria Vieira coloca a bola na calha, seguindo as instruções da atleta. Para competir ao mais alto nível, a dedicação é essencial, com treinos diários e uma preparação intensa.

Em Tóquio, faltou-lhe um pouco de experiência para ir mais longe, mas em Paris, Ana Sofia está determinada a alcançar o ouro. Na ronda preliminar, joga hoje, dia 29, às 19:30 horas, frente à brasileira Evani Calado, amanhã, dia 30, às 13 horas, frente a Elanza Jordaan, de África do Sul, e no sábado, novamente às 13 horas, frente a Ho Yuen Kei, de Hong Kong. Se seguir em frente, terá os quartos de final, ainda no sábado, às 19:45 horas.

“O meu maior sonho é ser campeã paralímpica,” confessa, com a mesma força de vontade que a trouxe até aqui. Hoje, todos estaremos a torcer por ela, certos de que, com garra e talento, Ana Sofia Costa levará o nome de Portugal ao topo do mundo.

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