De um lado estava o Sporting, “com o melhor treinador do mundo, o melhor guarda-redes do mundo, o melhor jovem do mundo e os segundo e terceiro melhores jogadores do mundo”. Do outro estava o Arnal, equipa que milita na 3.ª Divisão.
De um lado estava um grupo absolutamente profissional, provavelmente a melhor que existe, campeão europeu em título. Do outro esta um conjunto unido, trabalhador, mas que “treina três vezes por semana” após um longo e cansativo dia de trabalho.
Esta terça-feira, a inauguração do Pavilhão do Lis, nas Cortes, o primeiro do país com características inclusivas, juntou estas duas realidades tão díspares dentro na mesma quadra.
Alguns dos jogadores do Arnal partilharam as quatro linhas com alguns dos atletas que mais admiram, como Guitta, Pany Varela, João Matos, Alex MErlim ou Zicky Té.
Inclusivamente, a equipa “adiou um jogo do campeonato”, porque não admitia dizer não ao convite do Município de Leiria para estar presente naquele momento solene.
Claro que Tiago Sousa, técnico da equipa da freguesia da Maceira, sentiu as diferenças de ritmo e de qualidade, mas não escondeu o “orgulho” no grupo que orienta. “Os mais novos estavam nervosos e isso notava-se, mas é normal, estavam a enfrentar os melhores do mundo”, explicou.
O jogo foi o que devia ser: um belo cartaz de promoção à modalidade, com lances espetaculares, grandes golos, execuções de excelência.
No final, os jogadores tiveram oportunidade de conviver, como já tinham, de resto, feito à hora do almoço. Os miúdos e as miúdas, como a filha de Tiago Sousa, correram atrás dos autógrafos. E ficaram, também, a “aprendizagem” e a certeza de que será “um dia para jamais esquecer”.
O resultado nada conta, mas, já agora, o Sporting ganhou por 9-3.
Fotos: Cristóvão Febra