Fazer 50 km por dia aos 73 anos é o elixir da juventude de Américo Vieira

Repare na fotografia. Em primeiro plano está David Rosa, atleta de cross country (XCO) de Fátima, a figura maior da modalidade em Portugal e com presenças nos Jogos Olímpicos de 2012 e 2016 no currículo.

Lá atrás, de verde e branco, como sempre, está Américo Vieira, um clássico do ciclismo da região, com um currículo de fazer inveja e a vitória numa etapa da Volta a Portugal de 1985, entre o Bombarral e a Figueira da Foz, como a alínea que o enche de orgulho.

Ora, um dias destes cruzaram-se na estrada, lá para os lados da serra. Não foi a primeira vez que aconteceu, nem será a última, porque, apesar dos 73 anos, Américo Vieira continua a sair para a estrada todo o santo dia.

É verdade. Continua a fazer os seus “50 km diários”, sempre com a mesma alegria transbordante. “É uma inspiração pelo seu gosto de pedalar”, diz David Rosa, que se recorda da primeira vez que se cruzou com ele, em 2001, e andaram a “apertar um com o outro”.

Ora, sair de casa é algo que Américo Vieira não dispensa e é normal que assim seja, pois é ciclista desde 1967. “Se não for é porque não estou bem. Sinto-me muito melhor e consigo dormir”, diz.

A volta é quase sempre a mesma. “Passo em cinco concelhos”, explica. Sai da Loureira, na extrema do território de Leiria, localidade onde reside, e passa por Ourém, Batalha, Porto de Mós e Alcanena. Quando não dá para sair e tem de ficar no domicílio resolve o problema com 30 km nos rolos.

Já como veterano sagrou-se cinco vezes campeão nacional e alcançou um ceptro europeu. Agora, tenta chegar à melhor forma para ir ao Mundial, mas lamenta que esta não se recupere “como antigamente”. “Vamos ver se consigo. Tenho andado meio engripado.”

Era algo que tanto gostava de fazer na companhia do colega de sempre, o bombeiro-ciclista Carlos Vieira, que a Covid-19 levou. “Sinto tantas saudades. Faz-nos muita falta.”

Comentários

  • Ainda não há comentários.
  • Adicione um Comentário