Depois de no sábado participar na Lisboa Euro City Race, Matti Railino rumou a Leiria. Foi já na cidade que o finlandês pernoitou, pois no dia seguinte de manhã tinha uma nova prova a contar para o circuito europeu de orientação urbana.
Há uma tribo que segue estas provas para aproveitar e fazer turismo desportivo, muito mais do que pela competição propriamente dita, e a Leiria Euro City Race deste domingo foi disso exemplo.
Como Matti Railino, de 74 anos, os ingleses Bill Hanley (69) e Kieran Devine (70), o alemão Karl-Heinz Seefeld (69) ou o francês Jean-Paul Beilleul (73), por exemplo, também aproveitaram o facto de haver duas provas seguidas em Portugal para rumarem ao país.
Estão reformados e, mais do que medalhas, fama ou glória querem juntar o útil ao agradável e fazer a modalidade que tanto gostam e, ao mesmo tempo, conhecer e aproveitar as idiossincrasias das terras visitadas.
Fazer orientação, ou seja, correr e, ao mesmo tempo, manter o discernimento para conseguir ler o mapa, parece ser apaixonante.
Por isso, não é de estranhar haver casais em que um influenciou o outro e agora são os dois a praticar, como os eslovacos Elena e Peter Polakovic, os franceses Florence e Fabrice Lapergue ou os checos Iva e Jan Stembera.
Entre os 400 participantes da Leiria Euro City Race, houve representantes de 14 países. Dos que ali estavam para ganhar, mas também crianças e famílias inteiras a participar numa variante absolutamente lúdica.
Contudo, o peso daqueles que querem conhecer a região tem vindo a crescer. “Portugal está na moda, é muito agradável e vêm passar um fim de semana diferente. Onde vivem ainda pode estar neve e aqui a temperatura é outra”, sublinha Carlos Monteiro, do Clube de Orientação do Centro (COC), a entidade organizadora.
Também não é difícil perceber do que mais gostam. A “ida ao castelo” em plena prova, andar “nas ruas antigas e estreitas” da zona histórica e, claro, saborear a gastronomia lusa. É um manancial de chances de bem viver.
Mas nada supera poder “beber uma cerveja” ao preço que bebem, bem mais acessível do que noutros pontos da Europa, ainda por cima com o Sol a bater-lhes na cara.