Simão Carlos é o rei da expressividade e vai à Taça da Europa de patinagem artística

Quando vemos Simão Carlos em ação, a emoção chega-nos de forma surpreendente. Poderá até dizer-se que estamos a assistir a um filme, tal a entrega, do primeiro ao último minuto.

“Acredito que a expressividade com que faço os programas é o meu ponto forte. O ajuizamento tem mudado e hoje temos de ter aulas de dança e passar muito tempo à frente do espelho para melhorar”, explica o rapaz de 17 anos.

A paixão é antiga e começou quando tinha quatro anos. A treinadora da irmã Neuza colocava-lhe os patins nos minutos finais do treino. Nunca mais largou e o karaté ficou definitivamente para trás.

Se não o conhece, atente nas fotografias que acompanham este texto. Percebe-se que está feliz a patinar. A dedicação e o entusiasmo também estão em patamares muito elevados.

É difícil, até, deixarmos de torcer por ele, porque quem faz patinagem artística com tanto prazer merece tudo de bom.

E as coisas boas já começam, de facto, a acontecer a Simão Carlos, residente nas Cortes e atleta do Centro de Convívio e Recreio do Telheiro (CCRT).

Foi campeão nacional em 2015, vice-campeão em 2019 e após o recente terceiro lugar no Campeonato Nacional de juniores, Simão Carlos foi convocado para representar Portugal na Taça da Europa de Patinagem Livre, que se vai disputar na localidade italiana de Roccaraso, de 10 a 16 de outubro.

Antes, ainda terá, já a 18 de setembro, um estágio da seleção nacional, na Mealhada, com a presença de todos os convocados para a competição internacional.

Para o clube de Leiria, 2022 está a ser um ano de confirmação do bom trabalho executado. É que se no início do ano  Andryi Dzyalochynskyy se tornou no primeiro jogador de futsal formado no CCRT a envergar a camisola das quinas, chega agora um prémio na outra modalidade a que se dedicam.

No entanto, as coisas na patinagem não são tão fáceis quanto no futsal e Simão Carlos terá de viajar para Itália a expensas próprias. Independentemente de como se vai encontrar a verba, a direção garante que o atleta não perderá esta oportunidade.

No entanto, ele já está a trabalhar com o avô, mais concretamente a “entregar lenha”, para tentar amealhar o máximo de dinheiro possível, porque terá de pagar a viagem, o alojamento e a alimentação.

Para Itália, não pensa em resultados qualitativos. Quer, apenas, “apresentar os dois programas o mais limpos possível”. Se assim for, garante, já se sentirá um vencedor.