Leiria e Marrazes regressa à 2.ª Divisão e reforça papel de “bastião de valores”

O Leiria e Marrazes sabia que tinha de ganhar se queria regressar à 2.ª Divisão de hóquei em patins. No entanto, as coisas até começaram bastante mal no jogo das decisões, disputado na tarde deste domingo. Rapidamente, a equipa adversária chegou à vantagem. O Lavra não perdeu tempo em consolidar o resultado.

As contas estavam feias, mas os pupilos de Simão Clemente nunca se deixaram abater. “Tinha previsto que fosse assim. Sabia que ia ser um jogo de nervos e é uma característica da equipa ter de ir ao fundo para depois ressuscitar”, conta o treinador.

Assim foi. Naquele balneário do pavilhão dos Marrazes, muito mais do que prémios de jogo, é o amor desmedido à camisola que faz com que os jogadores deem tudo, todos os minutos, todos os jogos, todos os fins de semana. Por isso, o treinador estava tranquilo. Mesmo com um resultado inconveniente, não havia quem esmorecesse.

“Jogávamos contra uma equipa aguerrida a quem o empate bastava para subir de divisão Tínhamos a pressão da casa cheia, sabíamos que não podíamos falhar, e a reação era uma questão de tempo.”

O barulho era ensurdecedor. O bombo marcava o compasso do apoio ao Leiria e Marrazes e a equipa respondia com golos. A reviravolta estava consumada e o público, eufórico, festejava o regresso da equipa ao segundo patamar da modalidade, um ano depois da infeliz despromoção.

“Foi um ano muito exigente. Tivemos muitas viagens longas e havia oito candidatos à subida na nossa série. Cumprimos o objetivo. Podíamos não conseguir, mas sempre disse que ia meter pressão. Vou sempre querer mais. Para o ano, apesar de todas as dificuldades, também será assim”, admite o treinador.

É a terceira subida à 2.ª Divisão dos homens que vestem de negro e em todas, seja há três décadas, há dois anos ou agora, Simão Clemente esteve no pavilhão. A primeira enquanto fervoroso adepto e neto do cobrador de quotas, as duas últimas enquanto treinador. Há paixões que nunca nos largam, de facto, e esta, louca, pelo clube que lhe enche o coração quer passar aos muitos pequeninos e pequeninas que começam agora a patinar.

“No final do jogo o Manuel, que ainda agora começou, veio oferecer-me um cartaz que tinha desenhado a dizer ‘Força Marrazes’. Emocionei-me, pois percebi que estamos a passar a cultura desta casa, com ADN vencedor e que tem sempre de lutar por algo. Nos dias de hoje, é um orgulho ser um bastião de valores.”

São estes miúdos, como o Manuel, que são o futuro do Leiria e Marrazes e a conquista é, sobretudo, para eles, diz Simão Clemente. “Dos miúdos, sim, mas também dos pais, da secção, do clube, da terra, da freguesia, da cidade, do concelho e do distrito. É um orgulho muito grande sermos os seus representantes.”

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