A bateria de testes físicos realizada no momento de entrada de novos utentes no Viver Activo é o fundamento de um artigo científico publicado na revista internacional Epidemiologia, da MDPI (Multidisciplinary Digital Publishing Institute) denominada Physical Fitness of the Older Adult Community Living in Leiria.
A investigação foi liderada por Filipe Rodrigues, docente da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) do Politécnico de Leiria, e resulta de uma sinergia, inovadora a nível nacional, entre o estabelecimento de ensino e o programa municipal que incentiva a prática regular de exercício e promove o bem-estar físico entre os cidadão do concelho maiores de 55 anos.
“Acreditamos que é fundamental trazer ciência para o programa. Estamos convencidos de que o que fazemos é bem feito, mas também precisamos que o validem. A melhor forma é através da evidência científica”, explica Paulo Gomes, responsável pelo programa municipal
“Senti que havia necessidade de colocarmos a ciência em prol da sociedade e nada melhor do que juntar a comunidade que também tem esse interesse. Unindo esforços conseguimos este fruto, que parece ser um pontapé de saída fantástico para mais colaborações que depois podem ser replicadas”, expõe o investigador
Ora, o estudo, que teve como coautores Rui Matos, Nuno Amaro, Raúl Antunes, Miguel Jacinto, Diogo Monteiro e Paulo Gomes, debruçou-se sobre os resultados obtidos por quase 700 pessoas na bateria de testes de aptidão física Rikli & Jones, composta por dois testes de força muscular, outros tantos de flexibilidade, um teste de capacidade cardiorrespiratória e ainda um indicador de risco de queda.
“Apesar de haver uma população mais envelhecida do que noutras zonas do país, esta população até tem níveis de aptidão física interessantes. O risco de quedas, que é um indicador importante, é relativamente baixo. E esse é um do maiores problemas para estas idades”, sublinha Filipe Rodrigues, vencedor do prémio Jovem Investigador da revista científica Healthcare e membro integrado do Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvolvimento Humano (CIDESD).
O estudo que foi agora publicada na revista científica é a primeira parte de um trabalho que se pretende mais extenso. “Queremos agarrar nos utentes que andam no Viver Activo há um ano e comparar com os resultados iniciais. É expectável que haja uma evolução e também queremos associá-la com a qualidade de vida”, diz Paulo Gomes. As evidências de ambos os trabalhos serão, garante, refletidas no livro dos 25 anos do programa.
Algo que, considera Filipe Rodrigues, é “importante” para os 1500 utentes que diariamente frequentam o programa municipal. “Às vezes, nem sequer têm noção do quanto evoluíram e é bom perceberem que estão num programa que se preocupa com eles, com aquilo que eram, com aquilo que são e que podem ir mais além.”