Não se surpreenda se, nos próximos tempos, ouvir falar deste rapaz. É que desde miúdo que Bernardo Roque sonha vingar no desporto. Jogou futebol, mas depressa se inclinou para o ténis. Treinou em Leiria, mudou-se para o Porto e depois para Alicante, mas regressou ao país e foi então que a pandemia colocou um ponto final nas aspirações. “Não tinha apoios, eram os meus pais que me suportavam e não estava a conseguir lidar com isso”, conta o jovem de 25 anos.
Fechou-se uma porta, mas abriu-se uma janela, pois foi nesse período que fez as primeiras experiências numa outra modalidade de raquete. “O ténis sempre foi o meu desporto de eleição, mas acima de tudo quero ser atleta profissional. O padel veio um bocadinho por diversão. Experimentei, não sabia como me ia sentir e felizmente correu bem”, recorda Bernardo Roque.
Apresar de considerar que Leiria tem “excelentes infraestruturas e bons profissionais”, realiza o processo de treino no Porto, onde há um mundo de gente competitiva e que também aspira vingar neste mundo tão recente quanto concorrencial, onde, admite, de sente com peixe dentro de água. “Sou muito competitivo, desde que me lembro, com o meu irmão, tudo o que eram jogos levava tudo muito a sério. Tudo o que me faça lutar por objetivos é importante para mim.”
Acabado de chegar da Suécia, onde participou numa competição internacional, o atleta leiriense acredita que 2024 vai ser o ano de afirmação, já depois de, no ano que corre, ter sido finalista vencido num importante torneio realizado em Itália. “Inconformado”, disposto a tudo para seguir o seu sonho, partiu para o país transalpino “sem conhecer ninguém”. Falou com muita gente, atletas e treinadores, e foi “a 20 minutos de fecharem as inscrições” que conheceu o seu par desde então, Steve Straquadaini.
“Correu muito bem. Daí estar ansioso à procura de mais, porque estas experiências deram para perceber que é possível”, admite Bernardo Roque, um jogador “extremamente físico, ágil, rápido, com boa visão de jogo e muito disciplinado”.
Agora é, pois, tempo de delinear o que vai fazer no próximo ano. “Quero participar em 15 competições fora do país e apostar nos rankings. É um desafio que acredito que pode ser possível”, conclui o atual número 511 da hierarquia da International Padel Federation.