E, de um momento para o outro, o futebol feminino passou a ter (quase) todo o destaque que merece. Os jornais fazem crónicas, as televisões transmitem os jogos em direto, os clubes apostam em equipas só de meninas e a sociedade aceita com naturalidade que elas também podem ser apaixonadas pelo pontapé na bola.
E também assim é em Leiria, onde o muito jovem, mas estruturado, projeto da Academia CCMI mudou, por completo, o paradigma. Que o diga Mariana Parracho, uma talentosa tenista que não hesitou em seguir o que o coração lhe dizia e tornar-se na mais prolífica e combativa das goleadoras deste grupo invicto.
Composta em grande medida por jogadoras de 13, 14 e 15 anos, a equipa participa no Campeonato Nacional da 2.ª Divisão de sub-19 e conta por vitórias os seis jogos que disputou. A última, quiçá a mais saborosa, foi no passado sábado, quando a Academia CCMI bateu (1-0), no Campo do Soutocico, o histórico Atlético Ouriense.
O desafio foi bem disputado com duas equipas organizadas e que sabiam bem o que fazer à bola. Mais importante, por jogadoras competentes e empenhadas. Aqui, há talento a sério. Do lado das de Leiria havia nada menos do que quatro internacionais portuguesas dos escalões mais novos: Francisca Alexandre, Ana Machado, Matilde Neves e Diana Leão.
Ainda assim… “Apesar dos resultados, o objetivo principal não é subir. Queremos que elas se divirtam a fazer o que tanto gostam, mas também que consigam ser mais competitivas. Depois, se nos deixarem sonhar um bocadinho será uma maravilha”, enfatiza o treinador, Alain Gauch.
Mas esta é apenas uma das quatro equipas estritamente femininas da Academia CCMI, sendo que a de sub-15 compete contra rapazes no campeonato distrital e vem de duas vitórias consecutivas. E mais vêm a caminho.
“Empenhadas”, “curiosas” e “com vontade de saber como podem melhorar”, todas estas atletas, sem exceção, têm as “portas escancaradas” para um futuro aos pontapés. “Está muita gente a olhar para elas, há uma grande visibilidade e trabalha-se bem em muitos sítios.” Não é, por isso, de estranhar que algumas sonhem “viver do futebol”.
No entanto, sublinha o responsável, o mais importante não é deixado para trás, “Todas elas têm muito boas notas. Apesar de algumas delas chegarem quase às 23 horas a casa, conseguem conciliar muito bem as duas atividades.” Assim, até dá gosto.
Luis Pires
13 Dezembro, 2023 @ at 09:59Bom dia, em primeiro lugar gostaria de dar os parabéns ao CCMI por apostar e bem no futebol feminino. Em segundo, salientar que as meninas que hoje andam no futebol, é porque GOSTAM MESMO DE FUTEBOL, é não são forçadas pelos seus pais, como acontece por vezes nos meninos, onde seus pais pensam e querem que os seus filhos sejam Cristianos Ronaldo ou Messi.Assim como serem aquilo, que eles não conseguiram ser.Por fim, votos de muito sucesso e alegrias em praticar este desporto coletivo. Boas Festas para todos.