Quando Miguel Condeço comprou o Inquieto na Companhia das Lezírias sabia bem o que estava a fazer. O cavalo, um puro sangue lusitano, tinha três anos e desde então não tem parado de dar alegrias ao seu proprietário.
Todos os dias, no Centro Hípico Dom Cavalo, nos Milagres, tem mostrado a “enorme margem de progressão” que detém e sempre que vai a uma prova mostra toda a sua nobreza. Hoje, está avaliado numa verdadeira fortuna.
Já depois de ter sido campeão nacional, este fim de semana, montado pelo jovem cavaleiro Sebastião Lucas Lopes, venceu o Concurso Internacional de Dressage de três estrelas de Cascais, onde já é avaliado por júris internacionais, com médias acima de 70%.
Este resultado, só por si, é mínimo para o Europeu, marcado para Agosto, em Inglaterra. É bom, sim, mas Miguel Condeço não tem dúvidas em afirmar que o Inquieto das Lezírias, aquele mesmo que esteve presente na Gala de Apresentação da Cidade Europeia do Desporto, é uma verdadeira “esperança olímpica”.
“A nobreza, o carácter, a morfologia, a tipicidade da cabeça, a configuração do corpo e os andamentos” tudo são características de puro sangue lusitano bem presentes no Inquieto.
“Trata-se de um cavalo de sela de nível mundial, com andamentos fáceis e cómodos”, sublinha o responsável do Centro Hípico Dom Cavalo.
“É uma raça em vasta expansão. Foi um cavalo de guerra, foi de toureio e agora começa a dar os primeiros passos na competição e está a ser cada vez mais procurada por estrangeiros.”
O Dressage é uma das três modalidades equestres olímpicas, regulada pela Federação Equestre Internacional (FEI). O objetivo é auxiliar o cavalo a desenvolver, através de diversos exercícios, a capacidade de executar todos os seus movimentos naturais, tornando-o um animal flexível, calmo, atento ao cavaleiro e, portanto, agradável de se montar.
A atitude do cavalo, a submissão ao cavaleiro, a calma, a corrcção e amplitude dos movimentos correspondentes aos diversos exercícios conduzidos pelo cavaleiro que se deve apresentar com irrepreensível indumentária, perfeita postura e exercendo as ações de comando de uma forma quase impercetível, contam para uma classificação por pontos, atribuída por juízes.
Fotos: Rui Pedro Godinho