Henrique Cruz chegava à última prova do Campeonato de Portugal na terceira posição da categoria X30, a mais competitiva das competições nacionais de karting. Sabia, por isso, que tinha de ser muito melhor do que os adversários para poder levantar o troféu de campeão nacional.
Foi o que aconteceu no Bombarral, este fim-de-semana. O piloto de 16 anos foi sempre mostrando consistência, mas as contas eram complicadas.
Por isso, era ver o pai Aníbal, de papel na mão, a fazer as contas, após cada corrida. Mas já lá vamos.
No sábado, fez a pole position e foi segundo nas duas provas do dia. No domingo, voltou a ser o mais rápido nos treinos e voltou a ser segundo na manga.
Para a finalíssima partiu cinco pontos atrás de Duarte Pinto Coelho. Henrique foi o melhor, venceu e cumpriu a sua parte. Depois, teve de esperar por saber onde o rival tinha terminado.
Por isso, quando cortou a meta, Henrique Cruz apenas comemorava o triunfo na prova. Naquele momento, o piloto de Leiria ainda não sabia se tinha sido campeão nacional. Mas foi. E que alegria se seguiu…
“Correu tudo à minha maneira”, admite Henrique Cruz. “Foi o primeiro campeonato da minha carreira. Foi uma festa do caraças!”
Foi o pai, piloto nas antigas provas pirata, que lhe incutiu o gosto pelas quatro rodas. Aos oito anos, experimentou os karts e rapidamente mostrou capacidades.
Só que, no ano passado, um sério acidente em competição obrigou-o a duas intervenções cirúrgicas e a perder a última prova do campeonato, acabando a temporada no quarto lugar.
Voltou ainda com mais força e neste momento de felicidade e sucesso não consegue esquecer o papel do pai – que também é o mecânico – neste trajeto feliz.
“Temos uma ligação muito boa e um à-vontade para expor ideias que nem sempre existe numa relação entre o piloto e o mecânico”, sublinha Henrique Cruz.
Sangue do seu sangue, salienta que esta “cumplicidade absoluta ajuda em todos os parâmetros”. Desde a afinação do kart, quando Aníbal veste o fato-macaco, àqueles momentos simples quando não são mais do que pai e filho.