Leiria nem precisou dos Jogos Olímpicos para se render à ginástica artística. Não há vagas para 2024/25

Em todos os Jogos Olímpicos é assim: a ginástica artística sai da bruma e transforma-se numa das modalidades mais vistas, admiradas, observadas e comentadas. Quem não ouviu, ainda, falar do regresso esplendoroso da norte-americana Simone Biles, uma das mais conhecidas entre os 10.500 atletas presentes, após as questões de saúde mental em Tóquio?

Ou das façanhas da portuguesa Filipa Martins, que conseguiu o primeiro apuramento para uma final individual do all around (os quatro aparelhos nas mulheres), mesmo após lesões graves e cinco cirurgias aos tornozelos?

Pois é. Todos nós ficamos siderados a ver as e os melhores e não é para menos, porque se trata, de facto, de uma das modalidades mais fascinantes e desafiadoras do mundo desportivo. Exige uma combinação única de força, flexibilidade, agilidade, coordenação e elegância ao alcance de muito poucos.

Grupo de ginastas do Ateneu que participou no recente Campeonato Nacional

A ginástica artística feminina compreende um conjunto de quatro especialidades: saltos, trave, paralelas assimétricas e solo. Já a masculina é disputada em seis aparelhos: solo, cavalo com arções, argolas, saltos de cavalo, paralelas simétricas e barra-fixa.

Curiosamente, a ginástica artística só agora chegou à cidade, ao concelho e ao distrito de Leiria, pela porta do Ateneu Desportivo de Leiria e pelas mãos de Mónica Reis.

Apresentei a modalidade e comecei a dar treinos no início do ano no Pavilhão dos Silvas. Participámos no Campeonato Territorial e algumas ginastas conseguiram apurar-se para o Campeonato Nacional”, conta a treinadora e juiz internacional, que realça a “capacidade de adaptação” e a “resiliência” como algumas das características que a modalidade exige e incute.

Ginasta do Ateneu em ação no Campeonato Territorial

A barra, por exemplo, está a 1,25 metros do chão e tem apenas dez centímetros de largura. A Simone Biles, por exemplo, tem 1,48 metros”, sublinha a responsável.

Mas não há lugar a medos. O entusiasmo tem sido “enorme”, tanto que as quatro dezenas de vagas para novas inscrições há muito que estão esgotadas. “Há mesmo muito interessados”, diz Mónica Reis, lamentando não poder aumentar os lugares, até porque é “a única treinadora” e o material precisa de uma atualização. “Temos de fazer investimento numas paralelas a curto prazo e também precisamos de uma mesa de saltos e de uma trave nova para podermos treinar mais.”

Ainda assim, o momento é para aproveitar, ciente de que a transmissão dos Jogos Olímpicos é, sempre, a melhor publicidade que a ginástica artística pode ter. “Claro que toda a gente pode experimentar e se alguém tiver muito talento não vamos mandar embora.”

Foto: Francisco Paraíso / COP

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