Nada faz sorrir os utentes da OASIS como as ondas frias do nosso mar

Entre as muitas atividades desportivas praticadas pelos utentes da OASIS – Organização de Apoio e Solidariedade para a Integração Social, a que junta o surf ao bodyboard é, “de longe”, a favorita.

Há, até, quem se escuse em fazer as atividades de natação na piscina quentinha, mas não rejeite, de modo algum, enfrentar em cima de uma prancha a sempre fresca e muito agitada água do nosso Atlântico.

Durante aqueles minutos, fosse em São Pedro de Moel ou em Peniche, a Alzira, a Ângela, o António, a Dina, a Mariana, a Patrícia, o Tiago, o André, a Beatriz, a Carina, o José, a Liliana, o João e o Carlos curtiam como nunca.

“É uma proposta que pensávamos que muitos deles não aceitariam, mas não disseram que não, antes pelo contrário. Estivesse a chover, houvesse ondas grandes ou o vento soprasse com maior intensidade, estiveram sempre prontos para entrar no mar. Porquê? Acho que por ser uma atividade muito divertida e desafiante”, explica Bruno Mourinha, diretor técnico do Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão Social (CACI) daquela IPSS de Leiria.

A evolução destas pessoas com deficiência, essa, “foi brutal”. Miúdos que tinham medo de água acabaram a apanhar ondas sozinhos”, conta o responsável.

A última das 12 sessões que compuseram o Projeto SurFeliz, realizado em parceria com a Murillos Academy, decorreu no início deste mês e todos saíram de água com sentimentos mistos.

“Por um lado, as saudades já apertam, por outro, estamos orgulhosos, emocionados e com um sentimento de missão cumprida com a incrível evolução dos nossos alunos ao longo destas semanas”, explica Miguel André, o professor de bodyboard.

Os utentes, por sua vez, queriam mais. “Queriam que durasse o ano inteiro. É a atividade que mais lhes diz. Dá trabalho, apanhámos dias de Inverno e nunca se negaram a carregar a prancha”, admite Bruno Mourinha.

A verdade, porém, é que não foi fácil para a OASIS proporcionar estes momentos inolvidáveis aos seus utentes. Na realidade, além de contar com um apoio do Instituto Nacional para a Reabilitação, teve de avançar com a venda de rifas, organizar almoços e fazer cabazes para fazer face às despesas. Mas aqueles sorrisos fazem todos os esforços valer a pena.

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