Da última vez que José Carvalho foi ver a União de Leiria ao Magalhães Pessoa, no início desta temporada, a SAD teve de pagar uma multa de 1.600 euros.
Porquê? “Acendi dois fumos”, conta, num misto de orgulho e constrangimento, o adepto há seis anos emigrado na Alemanha.
É o preço a pagar por tanto “entusiasmo” e “paixão” de um homem de 54 anos, mas como espírito de menos de metade.
Ainda pensou pegar num avião e em 300 euros para viajar, mas “não deu”. Desta vez, não tem hipótese de se deslocar a Leiria para estar presente no jogo absolutamente decisivo entre a equipa do coração e a Oliveirense, esta segunda-feira, às 20 horas.
Mas Zé do Bazar, como também é conhecido o adepto número um do clube que leva o castelo ao peito, está confiante de que é desta que vai haver festa na cidade.
Ainda por cima, esperam-se milhares e milhares de adeptos a dar o “quentinho” que ao longo dos anos foi faltando
Acredita que depois de meia dúzia de vezes a “falhar por um triz”, a União de Leiria vai regressar ao patamar que merece: ao futebol profissional.
“Tenho grande fé. Desta vez vai ser diferente. Já chega de azar. Todos merecem que a festa se concretize: dirigentes, treinadores, jogadores e os leirienses.”
Já ele, a residir na cidade de Altenhof, vai passar um “mau bocado”. O habitual é “chorar”, “gritar” e “berrar” enquanto assiste, de equipamento vestido, aos jogos no canal 11 através de uma box marada.
Desta vez, não vai ser diferente. Já que o 25 de abril não é comemorado na Alemanha, vai ter de mesmo de trabalhar, mas arranjou uma solução de recurso.
“Pedi ao meu chefe para entrar uma hora mais tarde, às 23 horas de cá, e ele aceitou. Vou ver o jogo e ir a correr para a fábrica. Só espero que corra bem, porque se correr mal vou pôr aquela gente toda a toque de caixa.”
A verdade é que as coisas estão a correr bem a Zé do Bazar na Alemanha, onde é “bem tratado” e “valorizado”, pelo que já não quer pensa em sair de lá.
Apesar das saudades que sente dos Gripas e dos Botas desta vida, colegas desde sempre desta paixão pintada a branco e dos Carapaus do Lis, só duas coisas o fazem querer volta à cidade do Lis: “a minha filha e a minha União de Leiria”.
Foi sempre assim, desde pequeno. Lembra-se de ir, tinha “quatro e cinco anos”, com o pai e o avô atrás do clube para onde quer que fosse, de Elvas a Chaves. “E só não íamos às ilhas porque era muito caro!”
Eram domingos bem passados. Abalavam em carrinhas Ford Transit “com o farnel atrás”, e percorriam o país de lés a lés.
A paixão, essa, ficou, incontrolada e incontrolável.
Foto: Ricardo Graça
Rousseau
25 Abril, 2022 @ at 12:32Grande Zé, hoje o Leiria volta a um patamar onde merece estar! Depois, vai subir ao lugar onde deve permanecer! Abraço