Mesmo a chegar aos 84 anos, o senhor Virgílio Sousa, da Bajouca, não consegue estar parado. Sente-se cada vez melhor, mais jovem, cheio de força. Tanto assim é, que a esposa às vezes lhe pergunta: “mas então não paras em casa?” Não para mesmo, este pai de seis filhos que o ajudam muito e dão liberdade para fazer o que tanto gosta. Os dias têm de estar ocupados a 100%, porque, diz, “parar é morrer”.
Pode pegar no trator e ir roçar mato, ocupar-se de outras tarefas lá pelos terrenos, aprender a tocar a concertina que comprou na Sociedade Artística e Musical da Bajouca (SAMB) ou… integrar as mais variadas aulas do Programa Viver Activo. “Ando em cinco e só não faço yoga porque não tenho tempo”, diz.
A agenda está absolutamente cheia. Às terças-feiras dedica-se à natação, às quartas vai à dança, às quintas dedica-se à ginástica e às sextas às aulas de cavaquinho, primeiro, e à hidroginástica, a seguir. Entre as duas aulas vai tomar um café e dar dois dedos de conversa com os amigos e companheiros.
Uns são de longa data, lá da terra, outros que tem acumulado nesta década e meia que leva de ligação ao programa municipal que promove a atividade física junto da população sénior do concelho de Leiria.
Se lhe perguntarmos qual é a atividade de que mais aprecia, diz que não sabe, “Gosto de todas.” salienta, ainda assim, a “camaradagem” entre todos. “Gosto muito de dançar, porque nem aos vinte e tal anos o meu pai me deixava ir a bailes, nem sair de casa sequer. Passei a juventude mais encerrado e a trabalhar, mas agora vingo-me.”
Também se encanta ao nadar, “principalmente de costas”, mas considera que todas as atividades são complementares. “O importante é que o programa nunca acabe. É fundamental para o nosso bem-estar. Ficamos com a alma sã e o corpo são.”
Quando o senhor Virgílio foi desafiado a integrar o Viver Activo já tinha passado a sua loja, a Casa dos Sousas, onde havia “de tudo” um pouco. Estava mais pesado, tinha menos mobilidade, estava com problemas na coluna e tinha tempo livre. Qual Benjamin Button, com as aulas, começou a sentir-se melhor. “Lentamente fui me sentindo mais capaz. Parece que sou estou cada vez mais jovem. Isto faz-nos mesmo bem.”
E o mais incrível é que em 15 anos “nunca” faltou a uma aula. “Aprendi com o meu pai a ser assíduo e pontual. Pego na minha pick-up, vou até Leiria e chego sempre antes da hora.”
M.celeste
25 Março, 2023 @ at 15:03Há valores que o Sr Virgílio tem, que nem todos conseguem ter: _ honestidade, lealdade, pontualidade,amizade sincera, amigo de verdade e sobretudo, capacidade de compreensão e ajuda para todos.Pena que alguns até abusem. Muita saúde para ele,d. Luzia e seus filhos e netos. Um abração para todos.