Um museu inspirado na paixão e alicerçado na amizade

Ali, só falta o cheiro a relva. Há sobretudo camisolas, mas também bolas, chuteiras, bilhetes e fotografias e tudo o mais que se possa imaginar sobre o pontapé na bola.

Chegamos ao mundo encantado de Luís Paiva, para quem o futebol sempre teve um papel absolutamente central na sua vida.

São milhares de camisolas, mas garante que não gastou um cêntimo nesta coleção. No entanto, na garagem lá de casa, com a ajuda dos amigos, construiu um museu com os equipamentos que lhe foram sendo cedidos por amigos, amigos de amigos e futebolistas.

Tudo começou pelo percurso pessoal, com um pequeno espaço alusivo aos clubes que representou enquanto futebolista: União de Leiria, Batalha, Cortes, GRAP, Arcuda, Santo Amaro, Motor Clube, Vilarense, Caranguejeira e Ranha.

“Consegui guardar uma de cada, o que era difícil na altura”, sublinha este gestor comercial dos CTT.

Depois, juntando o facto de “ir à bola” a todo o lado com os colegas e fazendo amigos nas equipas, foi chegando “uma camisola aqui e outra acolá”. Conhecendo “jogadores, treinadores, dirigentes, fisioterapeutas, jornalistas e técnicos de equipamentos”, surgiu a ideia de levar a coisa a sério. “Meio milhar” de pessoas já se envolveu nesta demanda.

“Tudo conta, do topo do mundo ao distrital”, enfatiza o colecionador. O embaixador da Cidade Europeia do Desporto, Rui Patrício, mas também Cristiano Ronaldo, cuja camisola foi conseguida através do responsável de segurança do craque do Manchester United, já estão representados, como Messi, Lampard, Maniche, Ederson e Kaká.

Também há camisolas de clubes menos prováveis e de todos os continentes, mas a de Tarantini, “pelo que homem que é”, e a do próprio filho de Luís Paiva, oferecida ao progenitor ainda o miúdo “mal sabia escrever”, têm um lugar especial no lote.

“É tudo oferecido. Por amigos, por amigos de jogadores, por pessoas que têm em casa e não lhes ligam. São histórias de amizade de muitos anos, pessoas que se identificam com o projeto e vão colaborando. E depois, com o passa a palavra.”

Depois, com “perseverança”, é “fazer crescer a rede”. “Não podemos desistir à primeira contrariedade. As pessoas têm de acreditar neste projeto diferente, onde todos têm lugar, dos maiores aos mais pequenos.”

A coleção não para de crescer, mas surgem sempre novos desígnios. “O que interessa é que sejam oficiais, de preferência com os logótipos das competições impressos e se estiverem autografadas melhor. Há muitos colecionadores que fazem da quantidade a imagem, mas eu quero é que cada peça tenha uma história para contar.”

Começou com o futebol masculino, seguiu-se a aposta no futebol feminino. Entretanto alargou o âmbito ao futebol de praia, ao futsal – em estreita ligação com o melhor do mundo Jordan Santos – e até ao e-sports. Ou seja, todas as modalidades que funcionam sob a égide da Federação Portuguesa de Futebol.

Mas não se pense que as restantes estão fora das cogitações de Luís Paiva. “Podemos criar uma coisa verdadeiramente única e multidisciplinar. A reboque do que fazemos, também o Pedro Portela, embaixador da Cidade Europeia do Desporto, já está representado no museu.”

Comentários

  • André
    12 Maio, 2022 @ at 07:31

    Coleção fantástica parabéns 👍🔥

  • Paulo
    14 Maio, 2022 @ at 10:14

    Um projeto deliciosamente recheado de histórias e amizades. Inspiração única! Bem hajas Luis Paiva

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