Para muitos, este é o dia que justifica uma carreira de sacrifícios, de treinos fora de horas, após um longo e duro dia de trabalho. O sábado à noite, no Pavilhão Desportivo Municipal das Colmeias, ficará para sempre na memória da aldeia de Memória e do seu pequeno grande clube, Os Águias, que recebeu o gigante Sporting, campeão mundial, na Taça de Portugal. Um encontro que o sorteio ditou tão inesperado quanto nobre e desejado, e que terminou com 2-11, mas cujo significado ultrapassa largamente o resultado.
O pavilhão apresentava uma moldura que raramente se vê, com cachecóis dos Águias pendurados ao pescoço e a comunidade inteira a viver cada lance, a vibrar com cada remate e a festejar cada golo. Para os jogadores, cada minuto em campo foi um misto de orgulho, emoção e aprendizagem.
“É algo que provavelmente só se vive uma vez, jogar contra os nossos ídolos, perceber a diferença de exigências e sentir o nível dos grandes clubes. Sem dúvida, uma experiência que nunca vamos esquecer, enquanto equipa e eu, particularmente, enquanto atleta e pessoa”, admitiu o capitão, João Nuno Marques, que nasceu e cresceu no clube, e o sente como ninguém.
O momento foi também de festa e reconhecimento da comunidade. “A festa da Taça confirmou-se no pavilhão, e foi impossível não sentir o apoio de todos os que vieram ver e torcer. Foi um dia histórico para o clube, que mereceu cada aplauso e cada gesto de homenagem”, acrescentou João Nuno Marques.
Mais do que um jogo, esta partida confirmou o que Os Águias da Memória representam: dedicação, paixão e uma equipa que respira e vive o clube em cada treino, em cada jogo e em cada momento vivido juntos. Uma noite que transformou um desafio desigual em celebração de sonho, identidade e orgulho para toda a aldeia.