Faltavam quatro jornadas e o Grupo Recreativo Amigos da Paz (GRAP), que até então somava uma vitória e nove derrotas, parecia condenado. Para evitar a descida ao segundo escalão do futebol de praia nacional, o clube dos Pousos só tinha um caminho a seguir: ter fé e vencer todos os jogos!
E não é que foi precisamente isso que aconteceu? A equipa contrariou as probabilidades e nas quatro últimas semanas derrotou consecutivamente GD Chaves, ACD Sótão, Leixões SC e Varzim SC.
O impossível tornou-se possível e recuperação foi meteórica. Naturalmente, houve festa no clube do concelho de Leiria, que conseguiu manter o lugar no Campeonato de Elite às custas da despromoção de Varzim SC e de GD Chaves.
A época, admite o treinador Sandro Brito, “foi difícil”. O plantel estava preparado para jogar no segundo escalão e o convite para jogar no Campeonato de Elite, em virtude de uma desistência, surgiu quando “faltava um mês” para a bola rolar no areal.
“Tínhamos o objetivo de subir, mas as exigências eram diferentes”, sublinha o responsável. “A decisão foi tomada por unanimidade, entre treinadores, jogadores e dirigentes. Assumimos o risco de lutar pela manutenção, mesmo sabendo que nas primeiras jornadas não teríamos o plantel completo, pois o campeonato distrital de futebol de 11 ainda não tinha acabado. Parece que valeu a pena.”
Sandro Brito enfatiza o “carácter, o querer e a personalidade” do grupo de trabalho, que recusou atirar a toalha ao chão, levantou a equipa e garantiu a manutenção. “Acredito que é positivo para Leiria, pois damos oportunidades aos jogadores do concelho de jogarem ao mais alto nível, e até para a região, que no próximo ano terá três equipas no escalão principal.”
Para o GRAP, a bola já deixou de rolar no areal, mas a próxima começa já a ser preparada. A equipa dos Pousos quer continuar a manter-se entre os melhores, mantendo-se “realista”, mas tentando oferecer “boas condições” a quem quer jogar de amarelo.
Fotos: FPF