O facto de ser vice-campeão mundial não o satisfazia. Sentia que a trabalho estava por concluir e foi com muita vontade de mostrar quem é o rei do semi-kempo que Marco Carvalho partiu para Hammammet no início da semana.
Foi na cidade tunisina que nos últimos dias se disputou o Campeonato do Mundo da International Kempo Federation (IKF), uma arte marcial milenar oriunda da China, cujo único clube do concelho de Leiria que o pratica é o Piranha Warriors Factory, em Monte Real.
Desta vez, não deu hipótese à concorrência. “É um sentimento especial quando visto as cores do nosso país: quero sempre deixar marca. No ano passado deixei fugir o título, mas desta vez tinha mesmo de o levar para Leiria”, sublinha o atleta, que se dedica à modalidade, sobretudo às suas variantes de velocidade (semi-kempo e light-kempo), há sete anos.
Com bom leiriense que é, Marco Carvalho jogou andebol até chegar ao escalão sénior. Depois, nunca cidade eclética, pôde andar a “saltar de desporto em desporto”. “Queria ver onde me conseguia enquadrar: tentei o futsal, o badminton e voltei a tentar voltar ao andebol, mas em nenhum encaixava.”
Esteve parado dois anos, até que, em 2011, testou o kickboxing e bateu lá no fundo. “Uma amiga já me andava a desafiar para ir experimentar, aceitei o desafio e fiquei ligado às artes marciais. Até hoje.”
Depois do kickboxing ainda esteve no taekwondo, mas foi no kempo que assentou, há coisa de sete anos. “É aquele com que mais de identifico”, sublinha.
Tanto, que começou a passar os conhecimentos aos mais novos, no Piranha Warriors Factory, emblema associado do Grupo Desportivo de Monte Real, onde tem alunos “dos quatro aos 46 anos”.
Foi precisamente de lá que saiu outra estrela que brilhou no Mundial de Hammamet. Chama-se Beatriz Matos, é de Amor, e sagrou-se vice-campeã mundial de semi-kempo da categoria de peso de -60 kg e do escalão etário dos 18 aos 21 anos.
Já há quem siga os passos do mestre.