Estudante do Politécnico de Leiria é diretora desportiva da equipa Efapel na Volta a Portugal Feminina

A tónica está na mobilidade sustentável e no desporto feminino, pelo que na apresentação da Volta a Portugal Feminina não foi surpreendente ver Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, revelar que num só ano houve um aumento de 20% de praticantes federadas.

Elas estão aí, cheias de força. Curiosamente, a fazer o percurso inverso está Mariana Almeida (ao centro da foto), que terminou a carreira desportiva quando, em 2020, foi estudar para Leiria.

Na verdade, ela continua ligada à modalidade, mas como diretora desportiva da academia Efapel. Será, de resto, nesse cargo e com as mãos no volante que vai participar pela segunda vez na Volta a Portugal Feminina.

Para trás ficaram 11 anos de dedicação ao ciclismo, uma paixão que herdou do pai, mas o ingresso no curso de Desporto e Bem-Estar da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais (ESECS) fê-la tomar a opção de abandonar a competição.

Custou-lhe muito, chorou, mas entendia que estava na hora de colocar os livros à frente, ciente dos esforços que uma carreira nas duas rodas acarreta.

“Sabia que numa cidade nova, onde não conhecia nada nem ninguém, ia ser muito complicado conciliar os treinos com os estudos e tive de tomar uma decisão”, explica a jovem da Murtosa, vice-campeã nacional de contra-relógio do escalão júnior, em 2018.

Quando informou o treinador Jorge Henriques – atualmente na W52/FC Porto – que a decisão estava tomada, este respondeu-lhe com um convite. E por que não ser diretora desportiva da equipa feminina da academia Efapel? “Vamos a isso!”

Encontrou uma forma de continuar ligada ao pelotão e ser útil. Não se esforça tanto, é bem verdade, mas ao volante do carro que dirige o stress bem é maior.

De início foi um “choque”. “É estranho, mas gosto”, garante. Mariana Almeida trata da logística: arranja alojamento, trata dos bidões de água, prepara abastecimentos e refeições acompanha as atletas nos treinos.

Em prova, conduz o veículo acompanhada pelo mecânico, para o caso de haver alguma avaria mecânica. Está sempre em contacto com as ciclistas, dando informações sobre o estado da prova e táticas a utilizar.

A 18 de junho, Monte Redondo, no concelho de Leiria, vai receber a partida da segunda etapa da segunda edição da Volta a Portugal Feminina e Mariana Almeida lá estará, a ajudar as pupilas, também com a informação que aprende na ESECS.

“Gosto muito de pedagogia, de fisiologia e de biomecânica, e acredito que são áreas muito importantes nestas funções. Como devemos falar com as ciclistas, como devemos dar feedbacks, mas também perceber as formas de pedalar. É muita informação importante.”

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