Os cinco irmãos Agostinho sempre gostaram muito de dar a sua corridinha. Entretanto, começaram a participar em provas “aqui e acolá” e os amigos quiseram juntar-se à família. Eram cada vez mais. Tantos, que o grupo começou a ser conhecido pelos Agostinhos. Era extremamente popular e ainda andou três anos assim.
Os elementos chegaram a organizar provas de estrada com centenas de participantes, Rosa Mota incluída, mas como formalmente não existiam, chegou um momento em que tiveram de dizer basta. “Percebemos que tínhamos pernas para andar, mas queríamos pedir um apoio e não podíamos. As coisas não podiam continuar e foi assim que em 1994 nasceu o Clube de Atletismo da Barreira”, conta Jorge Agostinho, o atual presidente da direção.
Desde então têm corrido Portugal e a Europa. “Temos sido uma boa bandeira de Leiria”, avisa o responsável, que também não passa um dia sem dar à perna. O mais incrível é que muitos dos amigos que se vão juntando, grande parte deles sem grande experiência na matéria, acaba por destacar-se.
Sara de Brito, por exemplo, começou dar umas voltas no percurso Polis aos 40 anos e num ápice tornou-se numa referência e conquistou um sem-número de títulos nacionais, tendo representado Portugal em várias ocasiões, inclusive em dois campeonatos do mundo de trail.
O Clube de Atletismo da Barreira é mesmo assim, um “emblema popular” dedicado aos escalões seniores e veteranos e às provas longas de trail e estrada, onde a porta está sempre aberta para mais um. “Não impomos nada a ninguém. Se for porreiro, é bem-vindo, diz Jorge Agostinho. Como “é tudo malta trabalhadora”, é difícil encontrarem tempo para treinarem juntos, mas encontram-se ao domingo, nas provas.
Depois, também há aqueles que se aventuram à grande, como o Miguel Saraiva, que cumpriu dez anos seguidos, e sem desistir, os 100 quilómetros do Ultra Trail de São Mamede. É mais um, entre muitos motivos de orgulho. “Temos centenas e centenas de provas a nível nacional e internacional, com muitas vitórias e muitos títulos nacionais”, sublinha Jorge Agostinho. “Acumulamos 30 anos de actividade e na sede estão mais de mil taças e troféus. São conquistas que ficam para a história. Grandes ou pequenas, são nossas.”
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