O andebol em cadeira de rodas chegou a Portugal em 2013 e logo a delegação de Leiria da Associação Portuguesa de Deficientes (APD Leiria) agarrou mais uma oportunidade de integração.
João Jerónimo (na foto), ex-jogador da modalidade, foi o grande impulsionador, mas poucos poderiam imaginar o que estava para vir.
A verdade é que a equipa conseguiu, desde muito cedo, ser competitiva, tal como sempre foi o basquetebol em cadeira de rodas, a outra modalidade da associação.
O que é incrível é que nestes nove anos, o clube já somou 22 títulos nacionais, com nove campeonatos nacionais, sete Taças de Portugal e seis Supertaças.
As duas últimas conquistas foram este fim de semana, em Moimenta da Beira, com a conquista precisamente das Supertaças das variantes de quatro (ACR4) e seis jogadores (ACR6).
No ACR4, a equipa de Leiria venceu no prolongamento, com golo de Inderlindo Gomes, depois de ter perdido o primeiro tempo e ganhado o segundo.
Já no ACR6, a APD Leiria entrou muito forte, com um parcial de 5-0, e depois limitou-se a gerir o resultado, ganhando por 21-11.
O plantel, constituído por elementos masculinos e femininos, é composto por 16 atletas com várias deficiências, como paraplégicos, amputados ou com spina bifida.
O mais novo é o Nuno Nogueira, com 14 anos, e o mais experiente é o omnipresente Manuel Sousa, com 67 anos.
Para João Jerónimo, este é o “regresso às vitórias” após um ano de muita dor causada pela morte de um colega de equipa, Cândido Delgado.
“Foi uma situação complicada e mesmo agora, a levantar o troféu, não foi fácil para todos nós. Jogávamos com o Cândido de uma maneira e tivemos de nos adaptar. Agora queremos manter-nos na rota das vitórias”, sublinha o treinador e jogador.
Muitos destes jogadores vão agora disputar, em Leiria, o Europeu de andebol em cadeira de rodas.