Bido Pedestres: os trilhos não param de nascer na Bidoeira de Cima

Cliente habitual do BTT, modalidade a que dedica muito do seu tempo livre, e conhecedor como nenhum outro daquela área geográfica, há anos que Filipe Moreira magicava sobre a possibilidade de construir uma rede de trilhos na freguesia da Bidoeira de Cima.

No início do ano passado juntou meia-dúzia de amigos e decidiu avançar. Criou o grupo Bido Pedestres e avançou para o terreno.  Depois de “muito trabalho braçal” dele próprio, mas também de Rúben Dionísio, Norberto Costa, Augusto Guedes, Carlos Casalinho e Pedro Germano, com a elementar ajuda de alguma maquinaria leve, foi no passado sábado que viu ser inaugurada, com um passeio formal, a segunda das rotas que desenhou.

A edificação da Rota da Mata, como já tinha sido a da Rota das Fontes, foi uma espécie de escape para Filipe Moreira. “Por vezes, deixo o meu trabalho e vou para lá desanuviar um bocadinho”, admite o empreendedor que, de enxada de mão, vai criando carreiros e obliterando as silvas, o mato e os problemas do dia a dia.

Aos fins de semana e feriados conta com a ajuda dos restantes Bido Pedestres para manter a obra em condições, disponível para todo e qualquer um que tenha curiosidade de conhecer a região. “O difícil não é fazer, o difícil é manter. É esse o nosso lema e garanto que não vamos deixar as rotas abandonadas.”

Tanto a Rota das Fontes, que, como o nome indica, dá a conhecer as fontes da freguesia, como a Rota da Mata, que foi inaugurada no passado sábado e visita as matas da região, têm percursos circulares que começam no Parque de Lazer da Sapateira, na Bidoeira de Cima.

A primeira tem 11,5 km e a segunda 9,5 km. Não se cruzam, mas ambas dão acesso à Rota da Ribeira das Carpalhosas. “O objetivo é precisamente unir todas as rotas para ser possível a transição entre elas. Estão marcadas por placas feitas por nós à mão, a custo zero, e passam por locais muito bonitos, como um passadiço a descer e uma zona a que chamamos Amazónia, por manter a vegetação intacta.”

Mas Filipe Moreira, que já tem obra feita, quer mais. A verdade é que não lhe faltam ideias para novas rotas, “sempre” na sua amada freguesia, sempre com o objetivo de ajudar a promover a atividade física. “Adoro a natureza, faço o que gosto e não estou à espera que façam por mim. Gosto que as pessoas façam exercício e conheçam os encantos da Bidoeira.”

Fotos: Bido Pedestres