A vida dá mesmo muitas voltas. Em 1988/89, quando o Centro Recreativo e Cultural 22 de Junho jogava na 3.ª Divisão nacional de futebol, Olegário Benquerença, que viria a ser árbitro internacional, era o goleador da equipa e Fernando Ferreira, o atual presidente da agremiação de Amor, era um alegre roupeiro quee entrava nas “brincadeiras” dos craques.
Mas o Mágico, como é conhecido o clube, já deu muitas voltas. Nos anos finais do milénio passado era um dos mais temidos do futebol distrital, como a subida às competições nacionais comprova, mas acabaria por perder gás e abandonar a prática federada no início dos anos 2000.
Durante mais de uma década, o clube não teve as portas propriamente fechadas, estavam mais “encostadas”, com pouca atividade, admite Fernando Ferreira, com a prática de futebol a resumir-se à equipa de veteranos.
No entanto, nos últimos anos deu-se uma revolução. “Isto tinha de mudar”, diz o responsável. Jovens e menos jovens da terra não queriam continuar a ver o clube a definhar e voltaram a abraçar o 22 de Junho.
Tomaram em mãos vários projetos. Começaram por fazer obras na sede, já que “chovia lá dentro”. Com as obras concluídas, decidiram contribuir para uma população mais saudável. Avançaram com aulas de ginástica localizada e de karate em associação com o Clube de Karate de Leiria.
Mas o pontapé na bola está na idiossincrasia dos portugueses e o clube avançou, com o apoio do Município, para a construção de um relvado sintético de futebol de cinco, inaugurado no dia 9 de abril.
A festa foi bonita. Teve um torneio entre as coletividades da freguesia e um troféu feminino com muita alegria a temperar o amor à coletividade. O 22 de Junho está de volta aos bons velhos tempos.
As boas relações com os vizinhos são para manter. Como já há futebol masculino no Casal dos Claros e futsal nos Barreiros, a ideia de Fernando Ferreira é avançar com o futebol de formação, sim, mas para meninas, bem como disponibilizar o novo campo para alugar e assim “rentabilizar o espaço”. “também tem medidas para voleibol”, diz.
“Não queremos ser concorrência, queremos ser uma alternativa”, sublinha o responsável, que também tem ideias para o antigo campo de futebol: “pensamos num espaço para a prática de paintball, uma coisa muito engraçada e que não existe na freguesia”.
Campo de futebol de Amor