O Clube de Basquetebol de Leiria orgulha-se de ser sui generis em toda a sua dimensão. A começar pelo facto de a equipa diretiva ser composta integralmente por mulheres.
Na época 2021/22, o emblema, que se dedica a uma só modalidade, contou com mais de oitenta atletas, exclusivamente dos escalões de formação.
A equipa sénior, essa, está em pousio há cinco temporadas, já que era uma despesa “incomportável” e que tinha de ser sustentada pelos próprios jogadores.
“Tinham de pagar inscrições, custos com árbitros e com deslocações. Tornou-se completamente impossível e não podemos dar um passo maior do que a perna”, lamenta a presidente da direção, Rosa Maria Santos.
No entanto, “todos os anos” existe vontade de reativar a equipa por parte de antigos elementos, mas as condições não estão reunidas e ainda não será em 2022/23.
Até porque, ao contrário do que acontecia anteriormente, os jogadores que ingressam no ensino superior já não saem todos de Leiria, explica a responsável. “Se aparecesse um patrocinador…”
A época 2021/22 foi “atípica”, com muitos jogadores dos vários escalões “a começar a prática da modalidade”, o que comprometeu os objetivos competitivos.
O Clube de Basquetebol de Leiria, conhecido na cidade com CBL, teve na temporada transacta todos os escalões de formação masculinos e apenas uma equipa feminina, além, claro está, do minibasquete. O objetivo para a nova temporada é alargar a oferta com uma nova equipa feminina, de sub-19.
Apesar do fenómeno mundial de popularidade que é a NBA, a verdade é que o basquetebol ainda não se conseguiu afirmar de forma absoluta na cidade.
Segundo Rosa Maria Santos, o motivo é a tradição de outras modalidades neste território, que acabam por açambarcar os novos praticantes.
“Quem vai para o basquetebol é porque gosta mesmo muito e pressiona os pais, diz-lhes que é mesmo aquilo que quer”, assegura a presidente.
Revela ainda que o clube acolhe nas suas equipas meninos e meninas de internatos e muitas crianças com “problemas de concentração ou motores”, aconselhadas a escolher o basquetebol por médicos e psicólogos.
“É uma das nossas vertentes sociais. Sempre foi assim e temos muito orgulho nisso.”
Escola José Saraiva