Quando, em 2012, o Centro Cultural e Desportivo Corvos do Lis foi criado, poucos imaginariam o sucesso com que tem sido trilhado o percurso da associação nesta década de vida.
Os números falam por si. Em dez anos, o clube conquistou 18 troféus coletivos de âmbito nacional. Fez neste período o que muitos não conseguem num período de tempo muito maior.
Ainda no passado fim-de-semana, por exemplo, subiu duas vezes ao pódio nos Campeonatos Nacionais de Equipas Jovens em Partidas Rápidas e colocou-se, pelo nono ano consecutivo, entre as três melhores escolas de xadrez do País.
Mas também a nível individual os pequenos xadrezistas têm somado prémios.
Rodrigo Basílio já foi oito vezes campeões nacionais e 14 vezes vice, a última das quais no passado fim de semana, mas o rapaz está longe de ser o único a mostrar talento.
Miguel Simões, que até já ganhou ao número três absoluto espanhol, também foi vice-campeão, em sub-18.
Mas não é só. O clube de Leiria está muito perto de garantir a subida à 1.ª Divisão nacional, apesar de ter entre os quatro elementos estes jovens de 16 e 17 anos.
Contudo, mais importante do que estes resultados, o que interessa ao Corvos do Lis é ser bem sucedido na formação dos miúdos e ajudar a desenvolver o raciocínio e a mente, além das capacidades tática e de estratégia dos mais novos.
"Já temos mais do que uma geração a dar cartas. Estamos a conseguir trabalhar bem com as condições que temos, porque em Leiria faltam mestres para ajudar na formação dos miúdos", sublinha o presidente do clube, Duarte Basílio.
Neste momento, o Corvos do Lis tem 55 elementos federados, mais duas escolinhas no Colégio Nossa Senhora de Fátima e no Jardim Escola João de Deus.
A maior fonte de recrutamento são, ainda assim, as atividades extracurriculares no Agrupamento de Escolas Correia Mateus.
“É como a música. Há miúdos que se apaixonam de imediato. Experimentam e ficam a adorar. Só é pena alguns pais não terem a mesma motivação por muito que vejam os filhos encantados.”
A verdade é que “no xadrez ninguém começa a ganhar”. É preciso paciência. “Se num ano não ganham, são muitas vezes os pais a dizer para experimentarem outra coisa.”
Para Duarte Basílio, que também é professor de Educação Física, o complemento entre uma modalidade mais física e outra intelectual é o enquadramento perfeito.
É assim que funciona lá em casa com os três filhos, que também jogam futebol. “Nem que seja para oxigenar o cérebro o exercício físico é muito bom”, sublinha.
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