O nome é inusitado, mas muito dificilmente se poderia adequar melhor àquilo que realmente se passa na Bajouca.
O Grupo Alegre e Unido é mesmo bastante feliz e, sobretudo, muito ligado.
O bairrismo na localidade, é sabido, provoca estupefação na vizinhança. O ambiente familiar - ali quase todos pertencem às famílias Pedrosa ou Cabecinhas - faz com que exista um dinamismo absolutamente invulgar.
"Os pais passam a paixão aos filhos e todos dão o melhor para que o clube não se vá abaixo", conta Licínio Silva, secretário do clube.
Por isso, as iniciativas não param. "Até há quem diga que, na Bajouca, até de um pontapé numa pedra se consegue arranjar uma atividade."
Criado em 1969, dois anos antes de a própria freguesia ser constituída, começou pelo rancho folclórico e pelo teatro.
O desporto chegou nos anos 70 do século passado com o incontornável futebol, cuja equipa sénior compete esta temporada no escalão principal do futebol distrital.
Seguiu-se em 1988 o atletismo, a secção atualmente mais numerosa, mas também tem patinagem artística e kyoo-soku (ju-jitsu).
Nada mau para uma freguesia que, segundo o Censos de 2021, não tem mais do que 1.895 habitantes.
"É a dinâmica", justifica Licínio Silva. "Organizamos muitos eventos, de corta-mato, de trail e de pista.
O Grande Prémio da Bajouca, por exemplo, vai para a 30.ª edição e é "dos mais antigos do distrito". O Pirilampos Night Trail "passa pelas olarias da terra e envolve o rancho e as concertinas".
Ainda há o Trail dos Moinhos e este ano a grande novidade é o Leiria Trail Series, uma prova de três dias e quatro etapas.
Todos contribuem para aquela que é a "segunda casa" dos cidadãos da Bajouca. O exemplo é o bar das piscinas, onde os petiscos têm dado uma nova vida ao espaço com a colaboração rotativa de todas as secções.
"A união está sempre presente" e os projetos a que se propõem acabam por ter um final feliz.
Depois do relvado sintético, no Alegre e Unido pensa-se agora numa pista de atletismo de 100 metros, uma caixa de saltos e um zona de lançamentos para dar resposta às sete dezenas de atletas do clube que são forçados a treinar em Leiria ou em Pombal.
"Esperamos avançar com o apoio do Município de Leiria e do IPDJ", conclui Licínio Silva, também ele atleta de créditos firmados.
Campo das Pedras, Bajouca