Andemos 13 anos para trás. Outros tempos, em que Diamantino Lopes era “o único maluco” que cruzava as ruas da vila em passo de corrida.
Era só um, mas uma verdadeira referência. Os miúdos da Caranguejeira gostavam de o ver em passo acelerado, de um lado para o outro, e alguns quiseram segui-lo.
Na altura, na extrema da freguesia até havia um clube que se dedicava ao atletismo e quis “agarrar” os mais novos que se queriam iniciar, mas as coisas eram “uma confusão”. “Por vezes nem havia treinadores.”
Lá em baixo, na vila, os pais começaram a desafiá-lo a criar um clube de raiz. Como não sabe dizer que não, criou o Grupo de Atletismo da Caranguejeira (GAC).
Passado este tempo todo, continua a ser o presidente. Bem tento passar a pasta ao mais novos, mas dizem-me que estou bem onde estou”, conta Diamantino Lopes.
É atleta, é treinador, é dirigente, é o “que for preciso” para viabilizar a prática de atletismo na Caranguejeira.
Neste momento, o GAC conta com 35 atletas, dos oito aos 59 anos, mas a prioridade é mesmo a formação, apesar de também ser responsável pela realização de dois eventos marcantes no panorama distrital: o Trail do Pinheiro Manso e o Grande Prémio Vila da Caranguejeira.
O clube, de resto, já conquistou títulos nacionais em disciplinas tão díspares como o salto em comprimento, por Hugo Brígido, e no meio fundo, através de Tiago Silva.
Este rapaz, de resto, é um verdadeiro colecionador de medalhas em competições nacionais, seja na pista coberta, ao ar livre ou no corta mato.
Mas Diamantino Lopes quer mais e acredita que as condições que estão a ser preparadas no pavilhão dos Soutos, local onde o GAC treina, vão permitir um salto qualitativo, já que os 15 km de distância para o Estádio Municipal dificultam uma deslocação diária para a sede do concelho.
“Tem sido muito difícil”, é certo, tinham de ser feitas “muitas adaptações” para os mais novos poderem treinar, mas estão a chegar ventos de mudança.
Os mais novos vão poder ter acesso a novas experiências, mais variadas, com a instalação de uma pista de 35 metros e de uma caixa de areia.
O contrato-programa foi assinado a 3 de maio e o Município de Leiria apoia a obra em 15 mil euros.
Diamantino Lopes promete uma “aposta forte”. E já não terão de ser todos fundistas à força.
Pavilhão dos Soutos