Grupo Desportivo de Monte Real

A partir de 1977 e durante 12 épocas, precisamente no período que assistiu ao boom do associativismo, o Grupo Desportivo de Monte Real apresentou sempre uma equipa competitiva nas competições seniores da Associação de Futebol de Leiria.

Chegou, inclusivamente, a conquistar o título distrital da 2.ª Divisão em 1978/79 e a fazer épocas interessantes no escalão principal, até que as portas se fecharam em 1989, após duas épocas para esquecer.

Curiosamente, depois de um percurso nos escalões de formação, a época seguinte marcaria a estreia no escalão sénior de Hélder Santos, presidente do Grupo Desportivo de Monte Real durante os últimos três anos, que nunca escondeu a “mágoa” de nunca ter podido jogar pela equipa principal da terra.

Mas se não pôde vestir o equipamento amarelo, vai pelo menos poder envergar a braçadeira de dirigente nos jogos da próxima temporada.

É verdade, o clube vai regressar, 33 longas épocas depois, às competições disputadas sob a égide da Associação de Futebol de Leiria.

“Na época passada inscrevemo-nos no Inatel para fazermos um regresso gradual. Não tínhamos equipamentos, não tínhamos coletes, não tínhamos material e tivemos de inverter a tendência. Fomos muito bem recebidos, a competição é interessante, mas este ano resolvemos dar o salto”, explica, satisfeito Hélder Santos.

O clube, que ainda hoje vive as consequências das cheias no rio Lis de fevereiro de 2014, que destruíram sede, relvado sintético e obliterou muitas recordações, perdeu na altura todos os 150 miúdos que tinha nos escalões de formação.

Hoje tem uma parceria com a Academia do Sporting de Leiria que prevê o trabalho de formação, mas a nova época também vai marcar o regresso ao clube de muitos desses jovens, agora seniores, que deixaram o emblema após a catástrofe.

“Temos 12 reforços e a grande maioria vem cumprir o sonho de voltar ao clube da terra. Estavam por aí espalhados e logo que tiveram oportunidade nem hesitaram.”

Mas o Grupo Desportivo de Monte Real é muito mais do que futebol. Além do seu papel social e das festas, também acolhe nas suas instalações duas fortíssimas escolas de formação em artes marciais: a Piranha Warriors Factory, que tem em Marco Carvalho um campeão mundial de kempo, e a Portugal Gold Team, que tem em Nuno Omar um campeão nacional de jiu-jitsu.

(24/08/2022)