É um talento de Leiria a está a bater à porta da 1.ª Liga de futebol. Diogo Nascimento, um “motor” à imagem de João Moutinho, vai representar o Futebol Clube de Vizela até 2025, depois de ter concluído o processo de formação no Sport Lisboa e Benfica.
São tempos felizes para o jogador dos Marrazes, de 20 anos, que marcou no primeiro jogo de preparação, frente ao Vianense. “Estava na hora de sair da minha zona de conforto. Surgiu esta oportunidade e quero aproveitar ao máximo. Quero jogar mais que no último ano e vou dar o máximo em todos os treinos. Acompanhei o Vizela em bastantes jogos. Tinha uma equipa com muita qualidade e sempre que nos defrontámos foram jogos muito difíceis. É um clube que está a crescer muito e estou felicíssimo.”
Diogo Nascimento, que inicialmente dividirá o tempo entre as equipas principal e sub-23 do clube minhoto, começou a jogar no Leiria e Marrazes, mas rapidamente encantou os grandes de Lisboa. Com apenas oito anos assinou pelo Sporting. Continuava a treinar numa academia leonina da região e deslocava-se a Lisboa três vezes por semana.
A determinada altura, com o Sporting em contenção, as condições deixaram de agradar e mudou-se para o Belenenses, mas logo o Benfica o agarrou.
Aos 13 anos, passou a vestir de encarnado e a residir na Academia do Seixal. “De início não deve ter sido fácil estar longe da família mas ele nunca foi de se queixar”, conta o irmão Vando, dez anos mais velho e que não poupa nos elogios ao craque que já impressionava os amigos nas futeboladas no ringue.
“Desde o primeiro dia se percebeu que nasceu para aquilo. Evidenciava-se com e sem bola. Mesmo quando o treinador lhe dizia para se atirar para cima do adversário e se agarrar mais à bola ele resolvia os torneios e tem carradas de troféus, mas sempre preferiu fazer os outros jogar.”
No currículo, destacam-se a Taça Intercontinental de Sub-23, conquistada pelo Benfica sobre os uruguaios do Peñarol, em 2022, e um título de Campeão Nacional de sub-17, em 2019, tendo sido internacional pela Seleção Nacional em nove ocasiões: quatro pelos sub-18 e cinco pelos sub-20.
“Era muito franzino, tinha bons pés e metia a malta a jogar, mas na recuperação defensiva era mais fraco. Depois, percebeu que não podia ser só com a bola no pé, que o futebol é intensidade. Eu dizia-lhe que tinha de dar umas frutas, de mostrar os pitons.” Diogo deu “o clique” e tornou-se um jogador diferente. “Agora é um número oito, claramente um motor, uma espécie de João Moutinho.”
Foto: FC Vizela