Duas subidas à 1.ª Divisão com 22 anos de distância e dois nomes em comum

Em 2001, a Juventude Desportiva do Lis foi promovida ao patamar mais alto do andebol feminino em Portugal. A festa foi grande. Passados 22 anos, o clube de Leiria repetiu o feito e regressou à 1.ª Divisão. A festa foi ainda maior.

E o que têm as datas em comum? Além da felicidade, do talento e do engenho, dois nomes: Marco Afra e Lúcia Pedrosa. São elementos que ficam ligados de forma inelutável àqueles que serão, muito provavelmente, os momentos mais felizes do emblema de São Romão.

E se a primeira vez foi novidade para o jovem treinador e para a talentosa pivot, já internacional, mas com apenas 17 anos, esta segunda teve um sabor muito mais especial. Acima de tudo porque, para um e para o outro, se tratou de recolocar a Juve Lis no lugar onde merece.

É que neste hiato de 22 anos, a 1.ª Divisão foi sempre o palco do clube leiriense, inclusive com nove participações nas competições europeias, e só na temporada passada é que a equipa não resistiu e acabou por cair no segundo escalão.

Entraram na época 2022/23, pois, com uma missão por cumprir. Queriam colocar a Juve Lis na elite e conseguiram, por muito que tenha sido no último minuto do último jogo. “Tínhamos a sensação que ia ser assim. Ainda soube melhor”, admite a jogadora.

No final da época passada, Lúcia Pedrosa não queria jogar mais. Por causa dos filhos, que tinham começado a jogar, surgiram os contactos e regressara após 12 épocas divorciada do andebol. As pazes com a modalidade estavam feiras, mas o facto de terem sido despromovidas impediu-a de abandonar. Tinha uma missão em mãos.

“Conseguimos juntar um grupo fixe, que queria recolocar a equipa na 1.ª Divisão, mas não foi fácil. Tivemos treinos a acabar às dez e meia, ainda tínhamos de tomar banho e jantar, no dia seguinte trabalhávamos e voltávamos a ter treino. Foi difícil, mas o pessoal queria mesmo muito. Estou feliz por ter vivido esta experiência com as miúdas.”

Experiente, Marco Afra preparou a equipa para todos os desafios, estudou os adversário com afinco e preparou, sempre, a melhor forma de valorizar as suas atletas e condicionar os talentos adversários.

A pivot gaba-lhe os talentos, os conhecimentos e o engenho. A relação dura há muito, ele esteve presente nos momentos mais importantes da carreira e ela queria conseguir esta subida tendo-o como treinador.

Mas agora, cada um vai seguir o seu caminho. Marco Afra vai continuar a treinar e a ser ambicioso, já Lúcia vai parar de vez. “Já chega. As pazes estão feitas. Hei-de vir ver jogos, às vezes treinar com elas, porque são espetaculares. Fizemos um belo grupo de amigas.”

Obrigado, Lúcia. Obrigado, Marco.

Foto: Nuno Urbano

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