Corvos do Lis picam Grandes Mestres internacionais durante 1.ª Divisão nacional de xadrez

Quando se sentam à frente do tabuleiro e cumprimentam o adversário, Daniel Bray, André Pinto, Rodrigo Basílio e Miguel Simões sabem que horas duras se aproximam.

Eles compõem a equipa de xadrez dos Corvos do Lis que, apesar não ter mais de uma dezena de anos, disputa, até domingo, o campeonato nacional da 1.ª Divisão de xadrez, o patamar mais alto da modalidade em Portugal. Apenas e só com a “prata da casa”.

Estão em São João da Madeira, palco da edição deste ano, e têm de enfrentar colossos como Gukesh Dommaraju, Yuriy Kuzukov, Jaime Santos Latasa ou Raunak Sadhwani, Grandes Mestres “do melhor que há a nível internacional”.

É que o campeonato português tem a particularidade de ser disputada sobretudo por estrangeiros.  “Cerca de 90% dos jogadores são estrangeiros e mais de 30 Grandes Mestres”, sublinha o presidente do clubes leiriense, Duarte Basílio.

Entre as dez equipas em compita, apenas duas são 100% portuguesas, enquanto cinco não têm qualquer luso, alinhando com jogadores oriundos de países tão díspares como Índia, Arménia, Argélia, Bulgária, Cuba, Itália, Paraguai, Brasil, Escócia, Ucrânia e Estados Unidos.

Os orçamentos também são profundamente diferentes entre aqueles que apostam na prata da casa e aqueles que apostam em figuras internacionais de nomeada.

Este alinhamento dos Corvos do Lis é, pois, muito raro. Rodrigo Basílio e Miguel Simões são, inclusivamente, formados na academiado clube de Leiria e também dos mais jovens em competição, como 16 e 18 anos, respetivamente.

São contornos discutíveis para uma prova que, em contraponto, permite aos jovens jogadores enfrentarem indivíduos do “top mundial”, enfatiza o responsável.

Ora, cumpridas que estão quatro jornadas, os resultados têm sido surpreendentes, com algumas derrotas pela margem mínima. Rodrigo Basílio, por exemplo, conta com quatro empates em outras tantas partidas perante “monstros” da modalidade, mas os Corvos do Lis dificilmente fugirão aos três últimos lugares que ditam a despromoção.

“Mas mais importante é que continuem a evoluir e a honrar como têm feito o xadrez de Leiria. Têm estado a um nível brutal, a incomodar os Grandes Mestres, e tem sido espetacular”, conclui o responsável. Corvo que é corvo, defende o castelo até à última.

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