Depois de tantas peripécias na mais cruel prova de todo-o-terreno do planeta, João Ferreira teve direito ao seu dia feliz.
Esta quarta-feira foi absolutamente magistral para o piloto de Leiria, que obteve o segundo lugar da classe T3 na 4.ª etapa do Dakar Rally.
É um resultado que o campeão nacional e europeu de todo-o-terreno muito desejava depois de, entre atrasos e penalizações, ter perdido mais de 26 horas nos últimos dias.
Ao volante do Yamaha X-Raid YXZ 1000R Turbo Prototype resultante da parceria entre a X-Raid e a Yamaha, o jovem de 23 anos, navegado por Filipe Palmeiro, teve uma prestação inatacável.
Sempre a galgar posições, foi apenas superado, após os 425 km cronometrados da etapa, por Mitchell Guthrie (Red Bull), dos Estados Unidos, o líder da classificação geral dos T3, os denominados “protótipos leves”.
“Foi uma etapa muito boa e o resultado é muito saboroso. Depois de dois dias muito difíceis e que mexem com o nosso psicológico e físico, acaba por ser uma boa forma de tirar a pressão. Estamos neste Dakar para ganhar mais consistência, aprender e evoluir e tanto os bons como os maus resultados são importantes para o nosso futuro nesta e noutras provas.”
Já Ricardo Porém, também com um Yamaha X-Raid e navegado pelo argentino Augusto Sanz, concluiu a 4.ª etapa do Dakar Rally na 15.ª posição.
O outro piloto de Leiria começou a todo o gás, chegou a ocupar a sexta posição após o segundo ponto de controlo, mas um contratempo fê-lo perder mais de 30 minutos. Depois, foi sempre a recuperar até à meta.
“A nossa especial foi algo caricata, uma vez que na primeira fase, para ultrapassar as grandes dunas, o carro consumiu mais combustível do que o previsto e acabamos por ter de fazer muito quilómetros sem o modo stage ativo para o poupar. Mais tarde, a proteção inferior do carro e uma transmissão também nos deram alguns problemas.”