“Lutar sempre, vencer às vezes, desistir nunca”: lema de Ana Sofia Costa leva-a ao Brasil

No ano passado foi a Tóquio, onde competiu nos Jogos Paralímpicos, e agora está no Rio de Janeiro para participar na Taça do Mundo de boccia.

Acredite ou não, a vida de Ana Sofia Costa é mesmo assim, de um lado para o outro do planeta, apesar das limitações.

Nasceu com uma distrofia neuromuscular, patologia congénita que lhe retirou a capacidade de andar no final da infância, mas ela não dá hipótese. Afronta sempre os problemas e diz sim à vida.

“Lutar sempre, vencer às vezes, desistir nunca.” É este o lema que tem guiado esta rapariga natural da freguesia de Maceira, Leiria.

Não é menina para se resignar e encontrou no boccia algo que a preenche. Descobriu a modalidade quando entrou para o Centro de Deficientes Profundos João Paulo II, na vizinha Fátima, tinha 14 anos.

Foi uma década sempre “em crescendo”, a ponto de se tornar uma referência mundial da modalidade.

A presença surpreendente nos Jogos Paralímpicos prova-o e o 16.º lugar no ranking mundial confirma-o.

O trabalho de uma década com o técnico David Henriques já tinha dado frutos, como as medalhas nos Jogos Europeus da Juventude, mas chegar aos Jogos Paralímpicos “é outra coisa”.

Além do também professor de Educação Física do Centro João Paulo II, também Celina Gameiro, auxiliar na instituição, tem um papel decisivo na viabilidade deste projeto desportivo comum.

É ela que a acompanha para todo o lado e a ajuda nos aspetos mais práticos. “É uma parceira para 25 horas por dia. Tem de haver uma disponibilidade muito grande por parte da Celina, que também tem de abdicar de muita coisa a nível pessoal”, explica David Henriques.

“Não só dentro de jogo tem de haver uma cumplicidade enorme – e elas falam através do olhar – como depois há a parte diária da higiene, da alimentação e do descanso.”

À semelhança da petanca, o objetivo do boccia é colocar as bolas de cor (seis azuis e seis vermelhas) o mais perto possível de uma bola alvo (branca).

Ana Sofia precisa de “montar a estratégia, ler a jogada e delinear o que vai fazer a seguir”. É Celina quem coloca a bola na calha e o dispositivo no local indicado pela desportista.

A disputar provas desta estirpe “tem de se trabalhar bastante”, “duas vezes por dia”, conta o responsável.

Em Tóquio faltou-lhe uma bocadinho de experiência para chegar mais longe, mas no próximo desafio, a Taça do Mundo, que por estes dias se realiza no Rio de Janeiro, quer mais.

Como quer sempre, porque nunca está satisfeita. “Se o treino tem duas horas ela quer duas horas e meia.”

Comentários

  • Beatriz Maria Camões Angélico
    27 Abril, 2022 @ at 18:19

    A Ana é uma força da natureza.
    Tem mostrado, que com muito trabalho e dedicação tudo se consegue.
    Nunca desiste, e tenta ir sempre mais além dos seus objetivos.
    Sou sinsera, nao conhecia, esta modalidade.
    Este ano na escola onde trabalho, também temos esta modalidade nas aulas extracurriculares.
    Boa sorte, para mais um objetivo.
    Bjinhos

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