Santa Catarina da Serra quer o nome escrito em maiúsculas no mapa do andebol feminino português

Um simples pavilhão, já em construção, promete fazer a diferença entre o passado, ainda assim feliz, e um futuro mais risonho da secção de andebol feminino da União Desportiva da Serra. Tendo em conta que, num projeto com apenas cinco anos, já por duas vezes as miúdas foram vice-campeãs nacionais, o que aí vem só pode ser “fantástico”.

Quando, em 2018, André Micaelo e Nuno Fernandes desafiaram o clube para ali montarem um projeto de relevância nacional, replicando o que haviam feito em Alcanena no Juventude, Amizade e Convívio (JAC), sabiam bem ao que iam.

Estando o primeiro colocado na escola da terra, sabia que as miúdas, “aguerridas”, iam agarrar com todas as forças a oportunidade de poder praticar uma modalidade desportiva de forma federada, séria e estruturada. A força serran estava a chegar.

Assim foi. O tempo deu-lhes razão. Contas feitas, o facto de levarem de forma consistente várias jogadoras às seleções nacionais e, não menos importante, terem ficado em segundo lugar nos campeonatos nacionais de sub-15 e sub-16 das duas últimas épocas, só os pode deixar “orgulhosos”. “Orgulhosos”, sim, mas também com vontade de mais, com “disciplina, rigor, método e exigência”.

Numa terra com tradição no futebol, com muitas conquistas alcançadas através do pontapé na bola, as meninas têm feito magia com a bola na mão.

Inevitavelmente, o campo de captação na União das Freguesias de Santa Catarina da Serra e Chainça é pequeno. Por isso, entende André Micaelo, um dos coordenadores, é urgente voltar a “entrar nas escolas”.

Atualmente, são perto de oito dezenas de jogadoras divididas em cinco equipas, mas a tendência é de crescimento. Na próxima temporada surgirá mais um escalão, as sub-18, onde caberão as jogadoras mais velhas das agora vice-campeãs nacionais de sub-16. Seniores? Faz sentido que haja, mas “no momento certo”, entende o dirigente Ângelo Correia, que defende uma profissionalização cada vez maior da estrutura.

E voltamos ao início, onde está o busílis da questão. Ao lado do relvado sintético do campo da Portela, que tantas alegrias tem dado aos serranos, as obras para a edificação do pavilhão da União da Serra já começaram. Muitas máquinas em movimento prometem uma empreitada rápida.

A conclusão da estrutura, que conta com o apoio do Município de Leiria, permitirá, garante o responsável, dar um salto qualitativo a todos os níveis. Acima de tudo porque as várias equipas da União da Serra deixarão de ter de andar de casa às costas por três pavilhões das redondezas.

“Como os treinos são dispersos, as mais novas não veem as mais velhas. Assim sendo, não se criam laços, nem surgem referências. Algumas nem se conhecem”, lamenta André Micaelo, preocupado igualmente com a dificuldade em captar treinadores.

Se será mais confortável para as andebolistas e para os pais, também permitirá um incremento da qualidade de treino. Estando todas juntas, haverá uma maior interação entre todos os escalões, o que hoje não acontece.

O pavilhão, esse, promete ser uma enorme mais valia não só para o andebol da União da Serra, mas também para o futsal, para a vizinha escola básica. No fundo, para toda a freguesia.

Comentários

  • Virgílio Gordo
    16 Junho, 2023 @ at 19:36

    Sem dúvida que o pavilhão será a cereja no topo do bolo, face à vitalidade que o clube demonstra nesta fase da sua existência.

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