Os segredos do sucesso da formação da Juventude Vidigalense

Não foi inédito, já tinha ocorrido em 2007, 2009 e 2010, mas a conquista simultânea dos títulos nacionais coletivos masculino e feminino sub-18 pela Juventude Vidigalense não deixa de ser memorável.

Mais do que histórico, aquilo que aconteceu em Viana do Castelo reflete a qualidade do trabalho efetuado pelo clube de atletismo de Leiria, que dominou de forma impressionante ambas as competições.

No setor feminino, alcançou um total de 187,5 pontos, superando o Benfica (93,5 pontos) e o Sporting (85 pontos).

Já no setor masculino totalizou 183 pontos, seguindo-se o Benfica (117 pontos) e o Sporting (63 pontos).

Não é por acaso que dizem ser a melhor escola de formação do país.

Individualmente, os nossos atletas alcançaram dois títulos, seis medalhas de prata e sete medalhas de bronze. Destaque para Francisco Calhau, que venceu o lançamento do martelo (68,73 metros) e para Vera Goucha, primeira no lançamento do peso (13,03 metros).

Ora, para a coordenadora dos setores de formação e desenvolvimento, estas vitórias são a prova de que o projeto é “bem-sucedido”.

“O facto de apostarmos fortemente na formação faz a diferença. Este é o último escalão etário em que o Benfica e o Sporting ainda não podem contratar os melhores atletas. Por isso, é o culminar do nosso trabalho de formação”, explica Daniela Ferreira.

Ainda assim, nos outros escalões, como sub-20 e sub-23, o clube de Leiria continua a ser competitivo, mas já não pode controlar os destinos dos seus pupilos mais talentosos.

Captação com sucesso

É verdade que o Estádio Municipal e o Centro Nacional de Lançamentos oferecem boas condições de treino, os treinadores são interessados, conhecedores e motivados, mas há muito mais por detrás destas vitórias.

Um dos méritos desta organização está, contudo, bastante a montante destes títulos.

Num mundo onde o futebol tende a monopolizar a prática desportiva dos mais novos, a Juventude Vidigalense consegue contrariar a tendência. Organiza diversos eventos de captação e consegue reter o talento com sucesso.

É, de resto, uma das suas principais mais-valias. Momentos como o Mini Craque estão já implantados na sociedade leiriense e são, até, prioritários para a rapaziada, que naqueles dias não falam de outra coisa.

É por isso que conseguem captar tantos miúdos “com potencial”, que depois fazem evoluir ao ponto de conquistarem tantas vitórias e lugares no pódio. Convém não esquecer que este emblema já formou três atletas olímpicas: Evelise Veiga, Vânia Silva e Irina Rodrigues.

Ora, nesta geração já há miúdos com marcas de participação no Festival Olímpico da Juventude Europeia e no Campeonato da Europa do escalão.

Não é que isso queira dizer tudo. “Há atletas olímpicas formadas no clube que nunca foram a um Europeu sub-18”, atira a responsável.

Mas são boas indicações. “O que nos move é acreditar, mesmo que os atletas saiam do clube. Se conseguirem estar em Europeus ou Mundiais é sinal de que o nosso trabalho foi bem feito.”

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