Na Gala do Centenário da Federação Portuguesa de Atletismo, que fechou 2021, Vânia Silva foi considerada a atleta do século do distrito de Leiria. Surpresa? Para muito poucos, porque a lançadora de martelo da Maceira tem um currículo ímpar e, mais do que isso, marcou o ponto de viragem no treino que se realizava na região, abrindo as portas ao alto rendimento.
Na Gala do Centenário da Federação Portuguesa de Atletismo que fechou 2021, Vânia Silva foi considerada a atleta do século do distrito de Leiria. Surpresa? Para muito poucos, porque a lançadora de martelo da Maceira tem um currículo ímpar e, mais do que isso, marcou o ponto de viragem no tipo treino que se realizava na região, abrindo as portas ao alto rendimento.
Os tempos em que os treinos decorriam no parque de estacionamento do estádio já lá vão. Várias vezes, os engenhos ficavam presos nos fios elétricos. “Era uma aventura”, diz. Mas hoje, com a construção do Centro Nacional de Lançamentos, as condições são outras e permitiram o aparecimento de muitos outros talentos.
São 27 anos dedicados de forma apaixonada ao atletismo, sempre sob as indicações de Paulo Reis. Quando começou, chegou a ganhar um corta-mato escolar, mas treinador insubstituível convenceu-a a experimentar o lançamento do martelo. Os resultados rapidamente apareceram e o percurso tornou-se insuperável. Pelo menos nesta disciplina, nunca teve rivais internas.
Com 41 anos, tem orgulho no percurso que construiu. Foi a três Jogos Olímpicos (2004, 2008 e 2012), a cinco Mundiais e a três Europeus. Somou 51 internacionalizações, um número que deve continuar a crescer, já que continua a ser a melhor do país. Ao ponto de os títulos de campeã nacional são sempre dela desde 2005. Há praticamente duas décadas, pois, que não perde para uma portuguesa e o recorde nacional que possui não deverá ser batido brevemente.
“É um prémio merecido e que premeia uma atleta de excelência, com dedicação e postura irrepreensíveis”, sublinha Paulo Reis, ciente que o facto de ter conquistado grande parte dos feitos ainda com a camisola da Juventude Vidigalense, antes de sair para o Sporting, foi fundamental para a escolha.
“Foi a primeira atleta olímpica de Leiria, mas também ganhou uma medalha de prata na Taça da Europa de Lançamentos e foi medalha de ouro nos Campeonatos Ibero-Americanos. Sempre foi uma brilhante atleta, mesmo enquanto representou um clube de Leiria”, explica o treinador. Agora, ela pensa “ano a ano” e “prova a prova”. “As mazelas já são muitas, mas enquanto não me impedirem de competir vou sempre continuar.”