Desenharam um Leiria Run cheio de “maldades”, mas prometem “felicidade” a quem superar os desafios

Poucos são os que conhecem os cantos e recantos deste belo território melhor do que eles. Precisamente por isso, por conhecerem cada pedra da calçada, cada degrau e cada poça de água, Vítor Santos e Carlos Monteiro são os responsáveis pela seleção do percurso do Leiria Run.

O primeiro coordena a Brisas do Lis Night Run e o segundo é fundador e elemento muito ativo do Clube de Orientação do Centro. Um pisa o terreno, o outro acrescenta o conhecimento topográfico. E esta união saudável existente no movimento associativo só faz maravilhas pela atividade física no concelho.

Mas se observar a foto que acompanha este texto constata que estes dois verdadeiros senhores não conseguem esconder aquele sorriso malandro de quem acaba de preparar alguma. E prepararam mesmo!

É que eles reservaram uma boa dose de pasmo a todos aqueles quatro mil que se meterem à aventura, este sábado, pelas ruas, trilhos e aquíferos da cidade.

Esse é, todavia, o principal encanto do Leiria Run, organizado pelo Município de Leiria. “As pessoas gostam que haja surpresas e fazemos tudo para que haja novidades todos os anos. Com algumas maldades, claro. Na altura até nos podem chamar nomes, mas no final vão com certeza agradecer”, brinca Vítor Santos.

“Já se sabe que o rio é fundamental e que haverá muitos degraus para subir, mas tentamos sempre encontrar dois ou três pontos por onde as pessoas só passem connosco, sítios que nem sequer conheciam”, completa Vítor Santos, também ele surpreendido com um coelho que Carlos Monteiro retirou da cartola para a edição deste ano. “Está lindíssimo e as pessoas vão gostar, mas tivemos de fazer uma limpeza radical para se poder passar lá.”

Contudo, cada vez é mais difícil encontrar novos locais que surpreendam os participantes, sobretudo porque “a cidade não estica”, explica Carlos Monteiro. Vão dar umas voltas e depois sentam-se à mesa com os mapas abertos no computador.

“Sabemos sempre que temos de começar na Praça Rodrigues Lobo e acabar no Estádio Municipal, limitados a uma distância entre 12 e 14 quilómetros. A partir daí, juntamos peças, construímos, desconstruímos e afinamos. Não minto se disser que já estamos a pensar no percurso de 2024. Coisas que não conseguimos meter em 2023 e que ficam para o próximo ano.”

O que é certo é que os atletas chegam felizes à meta. Cansados, sim, mas sorridentes, também. Estão sempre a ser testados, até antes de começar a correr. “Lançamos outros repto aos atletas: saber que tipo de calçado levam. É para calçada, é para terra, é para água? É também o desafio saber correr com os pés molhados”, diz Carlos Monteiro.

Mas no final, em apoteose, tudo vale a pena. “Queremos que a caminhada chegue poucos minutos antes dos atletas da corrida. Eles merecem ter uma moldura grande à espera deles, que os aplaudam. Este à uma prova de família, uns vão para a caminhada e outros para a corrida, e é arrepiante sentir aquele apoio e passar a meta de mão dada com o filho.”

E também para eles, que passaram tanto tempo a organizar, que esperam que nada falhe, “ver o pessoal chegar, de cara alegre e sentimento de desafio superado” não tem preço. “Aqui não há marcas. É começar na Praça Rodrigues Lobo, chegar ao Estádio, e superar os múltiplos desafios. Felizes e completos.”

Comentários

  • Vânia Oliveira
    6 Maio, 2023 @ at 10:08

    Participo na caminhada este ano com a minha família e amigos e é exatamente como descrito no texto é sempre interessante passar por sítios novos e muito gratificante acabar passando a meta de mão dada aos nossos filhos 😉.
    Um muito obrigado a todos na organização pelo tempo dedicado a pensar e planear o percurso, espero chegar cansada mas como sempre feliz por percorrer as ruas da nossa cidade.

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