Quando, em 2019, Marco Carvalho quis partilhar o que sabia e resolveu abrir o seu clube de kempo em Monte Real, longe estava de imaginar o sucesso que o projeto teria. Tanto sob o ponto de vista da adesão à arte marcial como dos resultados, o impacto tem sido tremendo no meio onde está envolvido.
Naquela vila do concelho de Leiria, são poucos os que nunca ouviram falar do Piranha World Fighters. Até porque o fundador, que também mentor, treinador e atleta, é um figura incontornável da modalidade, inclusive campeão mundial em título.
Os feitos individuais orgulham qualquer um, mas o que mais entusiasma Marco Carvalho é o facto de ter 70 atletas a praticar a kempo, “dos 4 aos 43 anos”. “Curiosamente, e não sei porquê, as raparigas são o nosso forte. Temos 40 miúdas e 30 rapazes”, explica o responsável.
Nesta abundância do sexo feminino já nasceu, inclusive, uma vice-campeã mundial, a atleta de Amor Beatriz Matos. Este ano, o Mundial vai ser disputado em Portugal e a equipa de Monte Real já tem quatro atletas qualificados para representar Portugal: além de Marco e de Beatriz, também Rafael Prior e David Oliveira vão a jogo nas Caldas da Rainha.
O sucesso desportivo ajuda, mas não se pense que é por isso que chegam todos os dias novos atletas ao Piranha World Fighters “Inicialmente podem vir para aprender a defender-se ou à descoberta, mas o ambiente que temos na equipa acaba por cativar. Há uma ligação que vai além da vontade de praticar uma arte marcial.”
É o caso das meninas da foto principal: Vitória Fernandes, de 8 anos, e Carolina Carvalho, de 7 anos. Conheceram-se no kempo há 3 anos, “quando a escola abriu”, e tornaram-se “inseparáveis” e “melhores amigas”, a ponto de irem dormir a casa uma da outra. Estarem juntas “é uma festa”, mas os treinos são, lá está, para serem levados a sério. “E já competem”, avisa o treinador.
Muitos progenitores encontram aqui a resposta a necessidades específicas dos filhos, como a aquisição de princípios como “a responsabilidade, o respeito e cumprir regras, mas também a coordenação”, explica Marco Carvalho, que assume esse papel formativo de bom grado. “Queremos ajudar a formar melhores cidadãos”, enfatiza.
Também foi por isso que duas dezenas de atletas do Piranha World Fighters, alguns pais e outros acompanhantes, partiram no passado fim de semana para Toledo, em Espanha, onde participaram num torneio internacional.
Mais do que os resultados, o terceiro lugar por equipas com 14 medalhas de ouro, ficaram as experiências, as vivências e o crescimento do sentimento de união que se vive neste clube que tem um nome agressivo, mas onde todos se sentem em família.
António CONCELO
1 Março, 2023 @ at 22:17Sem dúvida uma escola de grande valor ,com gente maravilhosa e um treinador muito especial ,um ser humano enorme !!!
Para todos um fraterno abraço desde Penafiel
Raul Matos
2 Março, 2023 @ at 18:06O sucesso implica muito trabalho e este vem antes de sucesso. Para chegar a este nível foi preciso muita dedição dos treinadores e atletas. O empenho e entusiasmo continuam. FORÇA!!!