Cabeço Bikepark, a atração de Monte Redondo onde a pressa é amiga da perfeição

Aqueles quase 500 metros de louca descida fazem do Cabeço de Monte Redondo são há muito tempo uma atração para intrépidos ciclistas que gostam de velocidade e adrenalina. Entre eles estão muitos miúdos daquela localidade que aproveitam todos os minutos disponíveis para se lançarem por aquele morro abaixo.

Pedro Pinto é um dos elementos do Cabeço Bikepark, um grupo de amigos que vai tratando do traçado, acarinhando aqueles saltos e descidas incríveis que há “duas ou três” gerações encantam o pessoal de toda a região.

“Íamos para lá e passávamos os dias a cavar e a andar de bicicleta”, conta o também diretor desportivo da Casa do Povo da Abrunheira, uma equipa do concelho de Montemor-o-Velho que tem em Monte Redondo um dos seus principais locais de treino e conta com uma dezena de miúdos locais a representá-la.

O local tem, definitivamente, carisma e vai ganhando visibilidade. Ciente da preciosidade que tem em mãos, a União das Freguesias de Monte Redondo e Carreira contactou os parceiros para avançarem para uma prova oficial. Não foi, pois, de estranhar, a adesão de quase meia centena de pilotos ao Campeonato Regional da Beira Litoral de Downhill, que lá se realizou durante o passado fim de semana.

Prova que decorreu no Cabeço de Monte Redondo juntou quase 50 pilotos

Entre eles estavam Gonçalo Bandeira, campeão português de elites e grande vencedor da prova, Álvaro Pestana, detentor de título nacional júnior, e ainda Tomás Barreiros, outra figura de destaque que, com os outro dois, participa regularmente em provas da Taça do Mundo. Foi pois com um cartel de luxo que o espaço com a assinatura do grupo Cabeço Bikepark acolheu a prova.

O feedback foi positivo. ”Disseram-nos que a pista era divertida e que tem muito que se lhe diga”, conta o responsável, que teve, com os amigos, uns últimos dias intensos para fazer uma prova “espetacular”. Limparam os trilhos antigos e deixaram-no pronta a receber “80 a 90 decidas numa hora”. A parte final, essa, teve de ser construída de raiz para tornar o percurso mais longo.

“A pista é curta, mas tem uma série de saltos e zonas técnicas em sequência. Saímos de uma e estamos em cima de outra”, explica Pedro Pinto, que admite que o local, apesar da limitação, pode receber eventos de outro nível.

Agora que os campeões partiram, a calmaria regressou. Os miúdos de Monte Redondo voltam a ter a pista só para si. E vão protegê-la, aperfeiçoá-la e acarinhá-la nem que tenham de voltar a andar de enxada na mão. Eles sabem o tesouro que têm em mãos.

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