O desafio louco, íngreme e molhado que ‘ti Adelino’ prepara com todo o amor

O grande dia está a chegar e ‘ti Adelino’ já nem dorme a pensar na prova. Os Trilhos Loucos da Reixida realizam-se este domingo, dia 25 de junho, e o homem que criou esta epopeia íngreme não consegue evitar o “stress”.

São os “pormenores” que o deixam em sobressalto e nem o facto de já ir na 13.ª edição o deixa mais tranquilo. “Levanto-me às cinco da manhã de domingo e vou fazer o percurso. Há sempre algo que me parece não estar bem assim. Nada pode falhar.”

Ainda para mais, Adelino Santos vai fazer 60 anos no exato dia da prova e o melhor presente é que tudo corra pelo melhor. Também são seis décadas de profundo conhecimento daquela zona magnífica, pois foi ali que brincou, desde criança, em pleno convívio com a natureza, da Maúnça à Senhora do Monte, da nascente do Lis às Torrinhas.

Estucador de profissão, Adelino é natural da Reixida e aquele território foi sempre o seu parque de diversões. Ninguém conhece aquela região como ele e não há quem a defenda com tanto afinco.

Por isso, no dia em que a Associação Cultural, Recreativa e Desportiva da Reixida decidiu avançar com uma prova “pelo meio do mato” para angariar “mais algum” dinheiro, os responsáveis só podiam ter falado com ele.

“Fiquei com a ideia na cabeça e pensei que tinha mesmo de ser. O nome? Se vai serra acima, serra abaixo e também dentro de água, só podia ser Trilhos Loucos.” E é esses trilhos que vai cuidando, com todo o amor, durante o ano.

“Tem muitas subidas e muita pedra. Nem eu, na altura, tinha a noção da dureza. E depois passa no rio Lis, o que era estranho para muitos e também me deixou pasmado”, admite Adelino Santos, que atribuiu o mérito de tão “boa ideia” aos “mestres” Vítor Ferreira e Zé Agostinho. “Fomos dar uma volta e decidimos que não havia hipótese, tinha de ser por ali.”

A história, já se sabe, tem sido feliz. O evento tornou-se num exemplo e numa referência. Corria o ano de 2010 e o evento foi “uma coisa fora do normal”.

Foram sempre melhorando. “Todos os anos temos um trilho novo, uma novidade e agora há muitos trilhos à conta disso.” Um deles foi carinhosamente batizado pelos colegas como ‘do ti Adelino’.

Ainda hoje veem atletas de todo o país que chegam à meta “derreados” com o percurso. Antes de recuperarem as forças com a tradicional feijoada e os líquidos bebendo “cerveja com força”, aqueles metros finais, dentro das águas fresca do Lis, são uma alegria. “Já está calor e sabe mesmo muito bem.”

Considera, contudo, que mais importante do que a prova é o legado que tem construído ao longo destes anos para usufruto de todos.

“Dá-me um gozo tremendo ir aos domingos para a serra e encontrar dezenas de pessoas nos trilhos, de bicicleta, a caminhar e a correr. O Vale, por exemplo, está um espetáculo, muito bonito. Dá-me uma tristeza maluca pensar que alguém possa destruir aquilo.”

Comentários

  • Alice Santos
    22 Junho, 2023 @ at 23:31

    Domingo vou pela primeira vez.
    Estou cheia de boas expectativas.
    Pelo que vi…. Vai ser bom vai 🙈 😂😂😂😂

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